Manifestação contra "políticas de ódio" reúne mais apoio que protesto "a traição do Brexit"
Apoiantes do Partido para a Independência do Reino Unido (UKIP) e simpatizantes do Partido Trabalhista marcharam hoje separadamente no centro de Londres, dias antes do parlamento britânico votar o acordo de saída do país da União Europeia.
O eurocético UKIP organizou uma manifestação denominada "A traição do Brexit", presidida pelo controverso ativista de extrema-direita Tommy Robinson, que decorreu na praça do parlamento.
O movimento Momento, formado por militantes trabalhistas, quis contrariar a presença dos eurocéticos na capital do Reino Unido e terá juntado 15 mil manifestantes nas ruas de Londres, segundo uma porta-voz do grupo.
Laura Parker, coordenadora do Momento, disse que o dia de hoje representava um "forte revés para Tommy Robinson e as suas políticas de ódio".
"Mesmo com a máquina do UKIP apenas conseguiu reunir poucos milhares de seguidores nas ruas, enquanto nós mobilizámos cerca de 15 mil numa marcha contra o seu racismo", adiantou, citada pela agência noticiosa espanhola EFE.
Membros dos dois protestos entraram em confrontos verbais junto a Trafalgar Square, obrigando a polícia a reforçar o controlo no local para evitar mais problemas.
Laura Creasey, que participou na manifestação de Robinson, disse aos jornalistas que o fez porque após dois anos e meio do referendo sobre o Brexit o Governo ainda não cumpriu a promessa de retirar o Reino Unido do bloco europeu.
"Prometerem aplicar o que decidimos (na consulta de 2016) e não o fizeram", referiu.
Na terça-feira, a Câmara dos Comuns conclui cinco dias de debate com a votação sobre o acordo de saída do Reino Unido da UE e da declaração política sobre o futuro da relação, mas o risco de rejeição é grande.