Brexit adiado. Coordenador do PE aliviado por "ninguém ter morrido numa valeta"

Guy Verhofstadt recuperou e ironizou sobre declarações do primeiro-ministro britânico, que em setembro disse preferir esse cenário a pedir a Bruxelas um novo adiamento.
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O coordenador do Parlamento Europeu para o Brexit confessou-se esta segunda-feira aliviado "por ninguém ter morrido numa valeta", ironizando sobre as declarações do primeiro-ministro britânico, que em setembro disse preferir esse cenário a pedir a Bruxelas um novo adiamento.

"Aliviado por finalmente ninguém ter morrido numa valeta", escreveu Guy Verhofstadt na sua conta na rede social Twitter.

Feita no dia em que os 27 Estados-membros concordaram com uma nova extensão "flexível" da data do 'Brexit', a publicação do eurodeputado belga recupera uma afirmação de Boris Johnson, que declarou, em 05 de setembro, que "preferia estar morto numa valeta" do que pedir a Bruxelas um novo adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

"Quer a decisão democrática do Reino Unido seja revogar [o Artigo 50.º] ou sair ordenadamente, [opção] confirmada ou não num segundo referendo, a incerteza do Brexit já dura há demasiado tempo", considerou.

O coordenador da Assembleia europeia para a saída do Reino Unido do bloco comunitário defende assim que o "tempo extra" concedido àquele país deve traduzir-se "num avanço" no processo, que se prolonga há mais de dois anos.

Os 27 Estados-membros da União Europeia concordaram esta segunda-feira com um novo adiamento do Brexit até 31 de janeiro, oferecendo, contudo, ao Reino Unido a possibilidade de abandonar mais cedo o bloco caso o parlamento ratifique o Acordo de Saída.

"A União Europeia a 27 concordou que irá aceitar o pedido do Reino Unido para uma extensão flexível do 'Brexit' até 31 de janeiro de 2020. Espera-se que a decisão seja formalizada através de um procedimento escrito", anunciou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, numa publicação na rede social Twitter.

A extensão flexível do período do Artigo 50.º do Tratado da UE permitirá ao Reino Unido sair mais cedo do bloco caso o parlamento britânico aprove finalmente o acordo firmado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, e por Bruxelas e já ratificado pelos chefes de Estado e de Governo dos 27.

Inicialmente previsto para 29 de março passado, o Brexit já tinha sido adiado para esta quinta-feira, tendo o Reino Unido solicitado, em 19 de outubro, uma segunda extensão do Artigo 50.º, face à incapacidade dos britânicos de aprovarem o Acordo de Saída na Câmara dos Comuns.

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