Bombeiros na rua contra reforma aos 60 anos

Sapadores exigem que a sua idade de reforma, que atualmente está nos 50 anos, não passe para os 60 e propõem pré-reforma aos 55 anos
Publicado a
Atualizado a

Mais de 500 bombeiros profissionais vão manifestar-se esta quarta-feira nas ruas de Lisboa contra o aumento da idade de reforma, proposto pelo Governo. O protesto vai acabar ao final da tarde junto à Assembleia da República, onde os bombeiros querem fazer chegar ao presidente do Parlamento, Ferro Rodrigues, um documento onde exigem que a idade de reforma dos sapadores, que atualmente está nos 50 anos, não passe para os 60.

Os bombeiros sapadores estão contra dois decretos-leis que criam as carreiras especiais de sapador bombeiro e de oficial sapador bombeiro, onde se prevê que a reforma destes profissionais passará a ser aos 60 anos. No final do ano passado, o governo argumentava que "o diploma relativo à aposentação permite acabar com os cortes nas pensões dos bombeiros profissionais, na sequência da aplicação do fator de sustentabilidade", prevendo a criação de um regime especial, "através do qual a idade legal de aposentação/reforma é reduzida em 6 anos face à idade geral". Ou seja, a idade de acesso à aposentação, sem qualquer corte ou penalização, passa para os 60 anos e 5 meses, sendo esse um regime "idêntico ao aplicado às Forças de Segurança".

Argumentos arrasados pelo presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, que aponta o enorme desgaste da profissão como a principal razão para não alargar até aos 60 anos a idade de reforma. "Se agora, aos 50, já temos muitos bombeiros com muitas dificuldades no terreno, imaginemos o que será ter bombeiros com 60 anos em ações de busca e salvamento", aponta Fernando Curto, que propõe uma solução intermédia: que os bombeiros se possam reformar aos 55 anos ou então entrar numa reserva, como acontece com outras forças de segurança, podendo ser chamados em situações de emergência".

"É uma solução responsável", sublinha o presidente da ANBP, que garante que a Associação de Municípios já se mostrou disponível para cobrir os 25% de remuneração que seriam cortados em caso de reforma antecipada. "Porque as câmaras percebem que também elas ficarão em dificuldades se os bombeiros não conseguirem responder no terreno".

A manifestação desta quarta-feira parte às 16.00 do Largo Vitorino Damásio, em Santos-o-Velho. Segue depois pela Avenida D. Carlos I, passa junto ao Quartel do Comando do Regimento Sapadores Bombeiros de Lisboa e termina junto à Assembleia da República, onde uma delegação dos bombeiros irá entregar um memorando ao presidente da Assembleia da República.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt