Bomba atinge turistas perto das pirâmides de Gizé

Pelo menos 17 feridos na sequência da explosão junto a um autocarro turístico. Egito recebe Taça das Nações Africanas de futebol dentro de um mês.
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Uma bomba explodiu no domingo quando um autocarro turístico passava perto do Grande Museu Egípcio, perto das pirâmides de Gizé. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas, segundo a AFP.

Imagens dos locais de explosão que circulam nas redes sociais mostram o autocarro danificado e os destroços na estrada.

"O engenho explosivo estava perto da parede do museu", disse à agência DPA uma fonte anónima. Os feridos são turistas cuja nacionalidade não foi especificada.

Em dezembro de 2018, três turistas vietnamitas e um guia turístico egípcio morreram e 11 outros ficaram feridos em circunstâncias semelhantes. No dia seguinte, as forças de segurança egípcias mataram 40 alegados terroristas em Gizé e no norte do Sinai.

O ataque de domingo acontece pouco mais de um mês antes do início da Taça das Nações Africanas (CAN) no Egito, de 21 de junho a 20 de julho.

Desde os anos 90 do século passado que o Egito tem sido palco de atentados terroristas a visar os turistas. Alguns dos mais graves massacres ocorreram em Gizé e Luxor e em estâncias turísticas como Sharm El Sheikh. Foi ao descolar do aeroporto dessa cidade que um avião com turistas russos foi derrubado em 2015. Morreram 224 pessoas.

A indústria do turismo, crucial para a economia do país, tem sido afetada pela instabilidade política e pela insegurança após a revolta de 2011 que levou à queda do presidente Hosni Mubarak. De 14,7 milhões em 2010, o número de visitantes caiu para 5,3 milhões em 2016. Mas a indústria do turismo estava em recuperação desde 2017.

Desde que o exército derrubou o presidente islamista Mohamed Morsi, em 2013, as forças de segurança têm enfrentado grupos extremistas, caso do Estado Islâmico (EI), principalmente na península do Sinai (nordeste).

Apesar de centenas de detenções e condenações de pessoas acusadas de terrorismo, os ataques continuam a ocorrer.

As ONG de defesa dos direitos humanos acusam o regime do presidente Abdel Fattah el-Sissi de recorrer à tortura e de não garantir julgamentos justos aos acusados.

Nos últimos anos as principais vítimas do terrorismo no Egito têm sido fiéis. Em 2017, em quatro ataques a igrejas cristãs, mais de 80 coptas foram mortos. Também nesse ano um ataque à mesquita de Arish, no norte da península do Sinai, matou 40 seguidores da corrente mística do islão, o sufismo.

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