Bolsonaro lidera sondagem para eleições de 2022
As sucessivas saídas de ministros (incluindo a demissão do ministro mais popular, Sergio Moro, e duas substituições na pasta da Saúde em tempo de pandemia) e a forma com o presidente do Brasil está a lidar com a covid-19 parecem não estar a ter impacto na opinião da maioria dos brasileiros, que pensam em votar novamente em Jair Bolsonaro em 2022.
Este é o principal resultado de uma sondagem realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, entre 18 e 21 de julho, divulgada, esta sexta-feira, pela revista brasileira Veja.
As estimativas apontam para uma vitória de Boslonaro na primeira ronda eleitoral, com resultados entre os 27,5% e 30;7%. Valores surpreendentes tendo em conta inquéritos recentes onde é sempre referida a insatisfação da população face à forma como o presidente do Brasil está a gerir a pandemia.
Desde o início, que Bolsonaro, 65 anos, se refere ao novo coronavírus como uma "gripezinha", e mesmo depois de ter confirmado que está infetado com covid (a 7 de julho) o presidente não alterou a sua atitude de desvalorização para com a doença. Ainda esta quinta-feira Jair Bolsonaro, que continua a acusar positivo para covid, passeou de motorizada e falou sem máscara com funcionários de limpeza, perto da residência oficial em Brasília, de acordo com fotos divulgadas na imprensa.
O executivo de Bolsonaro tem ainda estado envolvido em várias polémicas para além das mencionadas, como a abertura de um inquérito sobre a alegada interferência do Governo na política da Polícia Federal ou a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.
Especialistas ouvidos pela Veja indicam que na origem da popularidade do presidente pode estar a verba de emergência desbloqueada para reduzir os efeitos económicos da pandemia no país e uma atitude mais benevolente do presidente depois de uma sequência de episódios que provocaram tensão com o Supremo Tribunal.
"Bolsonaro volta a subir principalmente com o auxílio de 600 reais, que passou a chegar a mais gente. Com o fator bolso, a crise política fica menor. Lula, na época do mensalão, era um herói, porque o bolso estava cheio", diz Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas, citado pela revista brasileira.