Portugal com 4044 casos e 74 mortes. Norte com mais casos e mais mortes

Portugal tem agora 3971 mortes e 264 802 casos confirmados desde início da pandemia. Há ainda mais 90 doentes internados, sete deles em unidades de cuidados intensivos, que assim registam um novo recorde com um total de 498. País tem 508 surtos ativos. DGS admite que estão a ser estudadas medidas para o Natal.
Publicado a
Atualizado a

Portugal registou mais 4044 casos de covid-19 e 74 óbitos nas últimas 24 horas. Segundo o boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde (DGS) desta segunda feira há ainda mais 3908 recuperados e um novo recordes de internados em unidades de cuidados intensivos (498, mais sete do que na véspra), num total de 3241 pessoas em hospitais.

O norte do país é o que concentra a maior parte dos novos casos, com um total de 2 258 (mais de 50% dos novos casos diários), o que significa que 55 em cada 100 novos infetados se encontra a norte. A região de Lisboa e Vale do Tejo registou 26% das novas infeções (1052 casos). Já a zona centro reportou 490 novos casos, enquanto o Algarve teve mais 126 casos e o Alentejo mais 68 novos casos. Os Açores confirmam a tendência de subida, com mais 31 casos, enquanto a Madeira registou mais 19.

Facebookfacebookhttps://www.facebook.com/direcaogeralsaude/posts/3594249420597653

Segundo a diretora geral da Saúde, Graça Freitas, o norte tem maior taxa de infeção com índice de 1332 casos por 100 mil habitantes. Em Lisboa e Vale do Tejo são menos de metade, com 500 casos por 100 mil habitantes.

O norte foi também a região onde se registaram mais mortes: 35 dos 74 óbitos registados nas últimas 24 horas. Lisboa e Vale do Tejo reportou 26 mortes por covid-19. Os restantes óbitos ocorreram na região centro (10), Alentejo (2) e Algarve (1).

A maior parte das 74 mortes registadas no domingo são idosos com mais de 80 anos. Morreram 23 homens e 23 mulheres nesta faixa etária. Entre os 70 e os 79 anos morreram mais 14 homens e mais sete mulheres. Há ainda quatro mortes na faixa etária dos 50 anos (3 homens e uma mulher) e três na casa dos 60 anos (todos do sexo masculino). A taxa de letalidade global é de 1,5% e taxa de letalidade geral acima dos 70 anos é 9,6%.

Portugal tem nesta altura 508 surtos ativos de covid-19. "182 são em lares, 94 surtos ativos a todo o nível de ensino, com 814 casos confirmados e 37 surtos em instituições de saúde", segundo Graça Freitas, lembrando que a maior parte das pessoas com casos ativos de covid-19 se encontra a recuperar em casa.

A diretora-geral da Saúde começou a conferência de Imprensa desta segunda-feira com alguns apelos e alertas, lembrando as regras sanitárias e recomendações comportamentais para travar o contágio crescente: " Vamos fazer escolhas. Está nas nossas mãos decidir com quem nos encontramos presencialmente."

E o Natal? "Não posso deixar de dizer que já estamos a projetar o que se pode fazer no Natal. Mas primeiro temos de ver que impacto terão as medidas atuais, para depois tomarmos uma decisão", respondeu Graça Freitas, esperando que "seja possível abrandar as medidas" atuais, mas "sem qualquer tipo de relaxamento". Para a governante: "Temos de continuar a nossa vida, mas minimizando os riscos. Iremos ter Natal, com mais ou menos pessoas."

A diretora-geral da Saúde admitiu ainda que "a situação dos assintomáticos é das mais difíceis de perceber" e revelou que já está a ser definida a cadeia de distribuição das vacinas contra a covid-19 por todo o continente e regiões autónomas. Sobre o plano do PCP para a realização do Congresso, que começa na sexta-feira, já chegou à DGS e está a ser analisado.

No dia em que Marcelo Rebelo de Sousa recebe a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e a ministra da Saúde, Marta Temido, sobre a situação pandémica nas prisões - há seis estabelecimentos prisionais com suros -, a diretora da DGS lembrou que "se devem aplicar as mesmas regras que se aplicam noutros contextos. Ou seja, sempre que em ambiente fechado deve usar-se [máscara]- exceto na bolha - e sempre que em ambiente aberto e não houver distanciamento social também".

Portugal vai assim entrar no novo estado de emergência com 4044 novas infeções e 74 mortes. No continente, a partir das 00.00 do dia 24 de novembro (terça-feira) e até às 23.59 do dia 8 de dezembro é obrigatório o uso de máscara nos locais de trabalho, por exemplo, além da proibição de circulação entre concelhos nos dias antes e depois dos feriados de 1 e 8 de dezembro (ambos a uma terça-feira).

Só são permitidas "deslocações a mercearias e supermercados e outros estabelecimentos de venda de produtos alimentares e de higiene, para pessoas e animais". A ida a espetáculos também deixa de ser permitida durante o recolher obrigatório. O Governo retificou esta segunda-feira o decreto que regulamenta o estado de emergência para retirar as deslocações a eventos ou equipamentos culturais da lista de exceções.

Entretanto o Gabinete de Crise para a covid-19 da Ordem dos Médicos recomenda ao Governo que junte os dois períodos associados aos feriados de 1 e 8 de dezembro para as restrições de circulação entre concelhos. Desta forma a medida entraria em vigor já esta sexta-feira (dia 27), às 23.00 e duraria "até às 05.00 de 9 de dezembro, de modo a evitar a circulação entre concelhos, com as exceções previstas, nomeadamente de âmbito profissional e escolar, nos 12 dias das duas pontes dos feriados de dezembro".

Nas vésperas desses feriados (30 de novembro e 7 de dezembro) as atividades letivas serão suspensas e haverá tolerância de ponto para a administração pública. O governo apelou ainda às entidades privadas para dispensarem os trabalhadores durante esse período.

A partir de amanhã os concelhos passam a estar divididos por quatro níveis cores consoante a incidência da pandemia: risco moderado, risco elevado, risco muito elevado e risco extremamente elevado. Em risco "extremamente elevado" estão 47 concelhos, por apresentarem mais de 960 casos por 100 mil habitantes. Casos de Porto, Braga, Paços de Ferreira, Gondomar, Guimarães, Ovar, Penafiel, Trofa e Vila Nova de Gaia entre muitos outros, com grande incidência no norte do País.

O número de infetados por covid-19 não param de crescer em todos o mundo. São agora mais de 59 milhões de doentes (59 096 554) e 1 395 587 milhões de vítimas mortais.

Os continentes americano e europeu continuam a ser as zonas mais atingidas pela pandemia. Os EUA lideram no número de casos (12 590 220) e mortes (262 711), segundo dados do Worldometers.

A China, onde tudo começou em dezembro de 2019, as autoridades estão a testar milhões de pessoas, a impor bloqueios e a fechar escolas depois de vários casos do novo coronavírus transmitidos localmente terem sido diagnosticados nos últimos dias, em três cidades: Tianjin, Xangai e Manzhouli. Desde o início da pandemia foram reportados apenas 86 442 casos e 4634 mortes no país asiático.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt