Bloco de Esquerda denuncia abate de mais de cem árvores
Os eleitos municipais do Porto e a deputada Catarina Martins do BE, estiveram no Largo Soares dos Reis para denunciar o abate de mais de uma centena de árvores, em diversos arruamentos da cidade do Porto. Na rua Engenheiro Ferreira Dias terão sido abatidas mais de 100 árvores, na avenida Rodrigues de Freitas terão sido cortadas 16 árvores em outros locais, como a Avenida Paiva Couceiro ou o Largo da Fontinha, terão sido abatidas mais algumas dezenas.
O BE já interrogou a Câmara do Porto sobre o assunto, mas não obteve nenhuma resposta afirmando hoje, em comunicado, "não aceitar o abate de tantas dezenas de árvores sem qualquer explicação pública".
A deputada Catarina Martins, em declarações à Lusa, lembrou que "há um ano quando houve outro corte de árvores, a autarquia prometeu avisar quando procedesse outra operação do género, mas "desta vez ainda são mais ruas de uma só vez e autarquia não diz nada".
Catarina Martins admite que possa haver problemas fitossanitários mas acha que "é uma coincidência estranha haver ruas tão diferentes, em sítios tão dispersos, com as árvores todas doentes". De qualquer forma a deputada contesta a forma como é feito abate em série: "Não é assim que se faz, desta forma vamos ficar muito tempo sem árvores adultas".
Segundo a dirigente, uma das suspeitas que tem sido avançada, é que o abate é feito "para tornar mais barata a manutenção, tendo em conta os efeitos que tem nos cabos e nos canos no subsolo e nos passeios". Mas a deputada "lembra que as árvores fazem parte dos requisitos das cidades e o Porto está abaixo da média europeia da relação entre moradores e árvores". O "Porto tem poucos habitantes mas ainda tem menos árvores", concluiu.
No seu comunicado, o BE precisa que "a capitação de área verde pública: atualmente ronda os 15 m2/habitante enquanto a média europeia é superior a 20 m2/habitante". Por isso, lembram, "o Relatório do PDM de 2005 já apontava, muito acertadamente, para a necessidade de aumentar a extensão dos arruamentos com árvores (só 16% de ruas estavam arborizadas)".