O apuramento da escolha do público foi feito na madrugada de hoje, após o espetáculo de fecho do festival, disse à agência Lusa fonte do Festival. "Bigre - Mélo Burlesque. Apre-Melodrama Burlesco", de Pierre Guillois, coescrito por Agathe L'Huillier e Olivier Martin-Salvan, abriu o Festival no palco grande, na Escola D. António da Costa, em Almada, levado à cena pela Compagnie le Fils du Grand Réseau, de França..Sobre a peça, estreada em 2014, na folha de informação do Festival de Almada lê-se: "Pode uma comédia desopilante, sem texto falado, ser simultaneamente uma peça burlesca e um espectáculo de melodrama?".."'Bigre' é a prova de que sim, pode. Três personagens (dois homens e uma mulher) vivem em três quartos de criada, numa qualquer das nossas cidades povoadas de numerosas solidões. O destino destes três 'cromos' é o falhanço, desde as acções quotidianas mais triviais até à abordagem dos grandes problemas da existência. Mas os seus falhanços, além de cómicos, são sobretudo irresistíveis"..[artigo:8610656].Este ano, a peça recebeu o Prémio Molière para Melhor Comédia e o jornal francês Le Monde, na sua crítica, disse que o riso suscitado por este espetáculo "tem um cariz particular: traz consigo uma emoção que não se apaga com o final da peça"..Pierre Guillois, autor, ator e encenador, foi o artista associado da Scène Nationale de Brest, na Bretanha, no extremo noroeste de França, entre 2011 e 2014.."Bigre", que regressará no próximo ao Festival de Almada, foi interpretada por Pierre Guillois, Agathe L'Huillier e Olivier Martin-Salvan. O cenário é de Axeal Aust, a assistência artística de Robin Causse, o desenho de luz de Marie Hélène Pinon, e os efeitos especiais de Abdul Alafrez, Ludovic Perché, Judith Dubois e Guillaume Junot..Na terça-feira à noite foi também conhecido o vencedor do Grande Prémio Carlos Porto/2016, o jornalista Gonçalo Frota que se destacou pela "aprofundada cobertura (...) de vários espetáculos do Festival de Almada", segundo o júri. O Prémio, que toma o nome do crítico de teatro e dramaturgo Carlos Porto, falecido em outubro de 2008, "destina-se a galardoar a autor do melhor texto, ou conjunto de textos, publicados na imprensa portuguesa e estrangeira, tendo por objeto o Festival de Almada"..Além do Grande Prémio Carlos Porto, foram atribuídos os prémios Carlos Porto para a imprensa especializada, a Osvaldo Obregón, pelo texto publicado na Revista ADE, "no qual faz uma ampla retrospetiva sobre o Festival de Almada", e o Carlos Porto para a imprensa generalista, a António Marques, pelos textos publicados no jornal Raio de Luz, "destacando o facto de se tratar de uma publicação regional"..Foram ainda atribuídas Menções Honrosas a Manuel Xestoso, pelos textos publicados no Teatro Crítico Universal, Claudia Galhós, pelo texto no semanário Expresso, e a Juan Ignacio Garcia Garzón, pelo texto no diário espanhol ABC..O júri deste ano foi constituído por Miguel Ribeiro, representante da Câmara Municipal de Almada, que presidiu, Francisco Bélard, pelo Clube de Jornalistas, Luís Pacheco Cunha, pelo CENA-Sindicato dos Trabalhadores do Espetáculo, do Audiovisual e dos Músicos, Anabela Natário, pelo Sindicato dos Jornalistas, e Tiago Torres da Silva, pela Sociedade Portuguesa de Autores..A cerimónia de entrega realizou-se na Escola Básica Integrada Dom António Costa, em Almada, no final do espetáculo de encerramento, a comédia "Sonho de Uma Noite de Verão", de William Shakespeare, pela companhia galega Voadora..A 34.ª edição do Festival, orçada em 820 mil euros, contou 44 produções de teatro, dança e música, 27 das quais espetáculos de sala. Destes, 13 foram criações portuguesas, cinco delas em estreia..Espetáculos e animação de rua, concertos, exposições e debates foram outras das propostas do Festival, que este ano homenageou o artista plástico, cenógrafo e figurinista António Lagarto.