Bienal BoCA estreia-se em Lisboa e no Porto
Em comunicado, a organização da BoCA- Bienal of Contemporary Arts, da responsabilidade da estrutura recém-criada com o mesmo nome, adianta que a bienal terá direção artística do ator e encenador John Romão.
Da programação, adiantam que serão quatro os artistas associados da BoCA, durante o biénio 2017-2018: Salomé Lamas e Musa Paradisíaca (Portugal), François Chaignaud (França) e Tania Bruguera (Cuba/Estados Unidos).
Na edição de 2017, Salomé Lamas, realizadora e artista portuguesa, apresentará o seu primeiro objeto artístico concebido para o palco, e o coletivo de artes visuais Musa Paradisíaca vai apresentar uma criação de caráter arquitetónico e 'performativo', designado por "monumento habitável".
Por seu turno, o coreógrafo e 'performer' francês François Chaignaud trabalhará um happening, em colaboração com músicos portugueses, e a artista cubana Tania Bruguera assinará a sua primeira incursão no teatro, numa coprodução internacional.
A organização avança que irá apresentar globalmente mais de 30 projetos, tanto de criadores nacionais - todos em estreia mundial - como de criadores internacionais, paralelamente a atividades educativas e de formação, numa filosofia de transversalidade entre as artes.
De acordo com a organização, a bienal terá um "conceito colaborativo inédito, entre instituições artísticas nacionais e internacionais (museus, galerias, teatros) e uma programação transversal, que propõe o diálogo entre instituições, campos artísticos e respetivos públicos".
Acrescenta que o evento irá contar com apoios municipais e a parceria estratégica de instituições culturais das duas cidades.
Em Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, a Galeria Zé dos Bois, o Centro Cultural de Belém, o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Nacional São Carlos, o São Luiz Teatro Municipal, o Teatro da Trindade, o Teatro da Politécnica e o Lux.
No Porto, o Teatro Municipal do Porto - Rivoli, o Teatro Nacional São João, a companhia Mala Voadora e o Passos Manuel, entre outras instituições, em definição.
A nível internacional, será desenvolvida uma colaboração de difusão com o Palais Tokyo, em Paris, e o Matadero Madrid, que irão co-comissariar a bienal e acolherão obras de artistas portugueses, produzidas pela BoCA.
A BoCA apresenta-se como uma estrutura de produção e de programação que abarca diferentes territórios da arte contemporânea, que tem como principais objetivos promover a produção de obras originais, numa perspetiva transdisciplinar; estabelecer sinergias inéditas entre instituições artísticas nacionais e internacionais; promover a reflexão pública sobre os processos e práticas criativas contemporâneas, fomentar a educação artística aberta ao público especializado e não especializado, entre outros.
Nascido em 1984, John Romão, diretor artístico e programador, é ator, encenador e produtor, residente na capital portuguesa, formado em Teatro, pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.
Trabalhou, entre outros, com Romeo Castellucci, Rodrigo García, Tiago Rodrigues, Jorge Andrade, Jorge Silva Melo, Mariana Tengner Barros, Paulo Castro, Nilo Gallego, Francisco Salgado, Miguel Loureiro, Jean-Paul Bucchieri e Maria João Machado
Fundou em 2008 o Coletivo 84, com o dramaturgo Mickael de Oliveira, estrutura que tem produzido o seu trabalho, e com a qual tem circulado por Espanha, Itália, Alemanha, Noruega, Eslováquia, Brasil, Argentina e Austrália.
Desde 2006, é assistente de direção artística do dramaturgo e encenador hispano argentino Rodrigo García (diretor do HTH - Centro Dramático Nacional de Montpellier), com o qual tem circulado por festivais e teatros europeus, como o Festival d'Avignon, Schaubühne Berlin, DeutscheOper Berlin, Centro Dramático Nacional de Madrid, Théâtre National de Bretagne e Festival d'Automne à Paris.