Bebé sem rosto operado ao crânio. "Correu bem", diz a mãe

Rodrigo, o bebé que nasceu com malformações graves em Setúbal, foi operado ao crânio nesta manhã. "Correu bem", anunciou a mãe nas redes sociais.
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"A operação do Rodrigo correu bem e ele está estável." Foi assim que nesta segunda-feira a mãe do bebé que nasceu com malformações graves, por alegada negligência do obstetra que efetuou as ecografias, reagiu nas redes sociais sobre a intervenção cirúrgica a que o filho foi submetido.

Marlene Ribeiro agradeceu ainda o apoio recebido: "Obrigada a todos pelas mensagens de apoio e carinho, estou de coração cheio, não consegui responder a todos." Mas, pouco depois, a postagem foi apagada do Facebook.

Rodrigo ficou conhecido como o bebé sem rosto. Nasceu em 7 de outubro de 2019 no Hospital de São Bernardo, do Centro Hospitalar de Setúbal, com várias malformações graves, como falta de olhos, nariz e parte do crânio, sem que o médico Artur Carvalho, que realizou as ecografias de acompanhamento da gravidez, tivesse detetado ou sinalizado aos pais qualquer problema.

Nesta manhã o bebé foi submetido a uma operação ao crânio, que durou duas horas e meia. Ficará agora internado no Hospital de São Bernardo durante duas semanas e meia para ser acompanhado e se prevenir o risco de contrair alguma infeção.

Expulso da Ordem e reformado

Depois de o caso se tornar público, o obstetra Artur Carvalho já foi punido com a pena máxima prevista nos Estatutos da Ordem dos Médicos, ou seja, a expulsão, mas o advogado do médico disse que iria recorrer da proposta de expulsão" do Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos.

Este obstetra, que realizou as ecografias numa unidade privada, a Ecosado, tinha 14 queixas em averiguação na Ordem dos Médicos em dezembro.

Entretanto, Artur Carvalho aposentou-se no dia 1 de julho, disse no mês passado a ministra da Saúde, Marta Temido, no Parlamento. Por lei, podia fazê-lo.

Na altura, Marta Temido destacou que "o único aspeto" que "ainda assim encoraja" é "o de saber que a família do Rodrigo e o Rodrigo, com o sofrimento que possam estar a passar, continuam a ser acompanhados pelo hospital de Setúbal através dos seus serviços".

O Ministério Público tem um inquérito a decorrer para aferir se há responsabilidades penais a imputar ao obstetra.

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