Os investigadores da Escola de Medicina Mount Sinai, em Nova Iorque, desenvolveram um método que assenta na análise microscópica e química das mudanças na concentração de bário (um elemento químico) no esmalte dos dentes..À medida que crescem, os dentes formam linhas de crescimento, tal como os anéis nos troncos das árvores, já que incorporam por mineralização os elementos do ambiente e dos alimentos, caso do cálcio e de pequenas quantidades de metais como o bário e o chumbo..Ao estudar os dentes de macacos e crianças cuja história dietética é conhecida, os pesquisadores foram capazes de demonstrar que a distribuição de bário no esmalte dos dentes reflete as mudanças na dieta desde o início da lactação até ao processo de desmame, através da diversificação de alimentos..Aplicando o mesmo método, a equipa de investigadores estudou um fóssil molar de uma criança neandertal que viveu no atual território da Bélgica há cerca de cem mil anos. Os níveis de bário mostram que a criança foi amamentada exclusivamente durante sete meses, seguindo-se um período de sete meses em que foram introduzidos outros alimentos, tendo depois o aleitamento materno sido brutalmente interrompido.."O fim repentino do desmame nesse indivíduo indica que o processo de desmame prolongado, típico da maioria dos primatas, foi interrompido por uma causa desconhecida", afirmou Manish Arora, um dos investigadores envolvidos no estudo..É possível que o bebé tenha sido separado da mãe ou talvez esta tenha engravidado e dado à luz outro bebé, acabando por amamentar apenas o mais novo, avança.