A coordenadora do BE pediu esta segunda-feira ao ministro das Finanças para assinar "as autorizações de despesa que tem na secretária para o Serviço Nacional de Saúde", porque o dinheiro, previsto no orçamento, "está a ser necessário como nunca".."Mário Centeno [ministro das Finanças] tem de assinar as autorizações de despesa que tem na secretária e que são investimento preciso no Serviço Nacional de Saúde [SNS]. O INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] precisa de ambulâncias e de 300 profissionais. Há hospitais que aguardam pela assinatura do ministro para terem os profissionais e os meios necessários. Não se compreende que continuem a esperar: está nos orçamentos o investimento necessário e não há cativações", afirmou Catarina Martins aos jornalistas, à margem de uma visita à feira semanal de Espinho, distrito de Aveiro..Questionada sobre os elogios do jornal britânico Financial Times à recusa da austeridade por parte do primeiro-ministro António Costa, Catarina Martins destacou que a reposição de salários e pensões "foi possível" devido à "participação de vários partidos que fazem uma maioria no parlamento", destacando que "esse caminho não chega", sendo agora necessário o investimento nos serviços públicos, em particular no SNS.."O BE orgulha-se de ter contribuído para um caminho de reposição de salários, pensões e criação de emprego. Todos nos lembramos que, em 2015, o PS queria congelar as pensões e não se comprometia com nenhum aumento do salário mínimo nacional. Portanto, houve um caminho que foi possível porque houve participação de vários partidos que fazem uma maioria no parlamento [BE e PCP]", respondeu Catarina Martins, quando os jornalistas lhe perguntaram sobre qual a quota parte de responsabilidade do BE no trabalho elogiado pelo Financial Times ao primeiro-ministro socialista António Costa..A coordenadora bloquista notou ser preciso "reconhecer que esse caminho ainda não chega", compreender as suas "fragilidades" e "ter a responsabilidade de investir onde é mais necessário". "Neste momento, quem precisa mesmo desse olhar atento e determinado é o SNS", frisou.."O ministro das Finanças tem de autorizar a despesa para servir da melhor maneira possível a população portuguesa", acrescentou. Catarina Martins fez questão de deixar a Mário Centeno um "apelo muito claro" para assinar "as autorizações de despesa que tem na secretária para o SNS".."Está a ser necessário como nunca para o SNS. O SNS não pode continuar à espera", alertou. A coordenadora do BE destacou que "atrasar a despesa não poupa dinheiro ao país, pelo contrário"..Para Catarina Martins, atrasar despesa "fica mais caro ao país". "As pessoas não têm os cuidados na altura em que precisam e, quando o SNS não responde porque não tem os meios de que precisa, cria listas de espera e isso leva o Estado a fazer cheques cirurgia ou cheques consulta para o privado", disse..Ainda sobre o artigo do Financial Times, a coordenadora do BE considera que o país provou, com a maioria parlamentar saída das eleições de 2015, "que recuperar rendimentos faz bem à economia". "O que Portugal fez de diferente na Europa nos últimos anos foi ter uma maioria parlamentar que recuperou salários e pensões", destacou.."Talvez não [tenha recuperado] tanto como país precisa, mas há uma diferença entre corte e reposição, e estes quatro anos foram de reposição. Isso faz diferença. Isso está a ser reconhecido e é importante", observou..Observando que, "durante muito tempo, se criou a ideia de que os países perderiam se protegessem quem trabalha", Catarina Martins afirmou que em Portugal se provou que "um país é tão mais forte quanto melhor trata de quem nele trabalha". "Chamo a atenção para outro passo que é preciso dar e que noutros países se discute para prevenir futuras crises: investimento público que torne o nosso país mais forte", disse.."Precisamos agora de cuidar dos serviços públicos essenciais", vincou.