Bas Dost está a um golo de igualar Mário Jardel
Bas Dost pode igualar amanhã, em Braga (20.30, Sport TV1), os 67 golos de Mário Jardel com a camisola do Sporting. O goleador holandês, de 28 anos, apenas precisa de acertar uma vez nas redes bracarenses para ficar empatado com o brasileiro no quarto lugar da lista de melhores marcadores de sempre do clube, podendo, numa noite de sonho, alcançar os 70 do búlgaro Ivaylo Iordanov, que ocupa o último lugar no pódio.
Na melhor das hipóteses, o n.º 28 dos leões vai atingir os 67 golos em 81 jogos, enquanto Jardel o conseguiu em 62 partidas. No entanto, é mais o que une do que o que separa dois dos maiores goleadores que passaram por Alvalade. "São bastante semelhantes: fortes no jogo aéreo, dois homens de área, matadores e sobretudo goleadores. O Jardel foi o melhor homem de área que vi jogar e felizmente tive o privilégio de atuar com ele. O Bas Dost foi um dos grandes avançados que apareceu no futebol português nos últimos anos", considerou ao DN o antigo central sportinguista Beto, de 41 anos, que jogou com Jardel entre 2001 e 2003.
No entender do agora treinador, que recentemente esteve no comando técnico do 1.º Dezembro, é inevitável que uma equipa adapte o seu futebol em prol de um ponta-de-lança com as características destes dois. "Acaba por ser inevitável, porque as características desses jogadores passam por bolas na área, cruzamentos, segundas bolas, e acabas por fazer uma pequena adaptação ao teu jogo para tirar parte de jogadores assim. É óbvio", explicou o antigo defesa.
Holandês marca mais fora
Olhando para os vários parâmetros, Mário Jardel tem vantagem em quase todos em relação a Bas Dost. Desde logo, pela média de 1,08 golos por jogo em todas as competições, superior à do holandês (0,83), que tem a nuance de ter mais encontros disputados nas competições europeias - 16, contra os seis de Super Mário.
Enquanto o holandês faturou em 51,25% dos encontros que disputou de leão ao peito (41 de 80), o brasileiro festejou em 64,5% das partidas (40 dos 62).
Além de ter sido mais assíduo em golos nas balizas adversárias, Jardel também era mais decisivo, uma vez que apontou 51,15% dos golos que o Sporting alcançou com ele em campo (67 de 131). Mais baixa é a influência de Bas Dost - 26,2% (66 de 149).
No que diz respeito à percentagem de vitórias com a camisola verde e branca, o antigo internacional canarinho também bate o sucessor, com 66,1% de triunfos, cerca de mais dez pontos percentuais (56,3%). O número de vitórias também se refletiu nos títulos, uma vez que Jardel conquistou um campeonato e uma Taça de Portugal, enquanto Dost ainda só levantou uma Taça da Liga.
Contudo, há um parâmetro em que o antigo ponta-de-lança dos holandeses de FC Emmen, Heracles Almelo e Heerenveen e dos alemães do Wolfsburgo leva vantagem: o número de golos marcados fora de casa. Dos 66 do holandês, 29 foram longe de Alvalade, contra os 27 do brasileiro em terreno alheio. Curiosamente, ambos estão empatados em remates certeiros em terreno neutro (um). Jardel marcou no triunfo por 1-0 sobre o Leixões na final da Taça de Portugal, no Jamor, em 2001-02. Bas Dost, por sua vez, faturou em Braga diante do V. Setúbal (1-1, 5-4 nas grandes penalidades) no jogo decisivo da Taça da Liga na presente temporada.
Um companheiro em comum
Mário Jardel chegou ao velhinho Estádio José Alvalade no verão de 2001, proveniente dos turcos do Galatasaray, e transferiu-se dois anos depois para os ingleses do Bolton. Bas Dost aterrou em Lisboa no verão de 2016 e por cá se mantém - 13 anos separam a partida de um e a chegada de outro.
Apesar da diferença temporal, houve um jogador que integrou o plantel do Sporting no tempo de Mário Jardel e na era de Bas Dost: o guarda-redes Beto. Em 2001-02, com o nome de guerra Beto II, era o terceiro guarda-redes (atrás de Nélson e Tiago), tendo coincidido com o brasileiro na ficha de jogo em quatro partidas - foi suplente não utilizado em todas. 15 temporadas depois, e com o estatuto de suplente de Rui Patrício, esteve seis vezes em campo com o holandês. Mo início da época rumou à Turquia, onde representa o Goztepe.