Um porta-voz do BaFin, citado pela pelo canal de notícias alemão N-TV, confirmou hoje que a entidade de supervisão do setor financeiro alemão está a levar a cabo "auditorias específicas" junto de várias instituições bancárias alemãs por suspeitas de estarem ligadas ao processo de fixação das taxas Euribor..A informação de que o regulador financeiro terá pedido informações "mais específicas" a quatro bancos, entre os quais o Deutsche Bank e a Portigon AG, uma entidade bancária que resultou da reestruturação do WestLB, foi avançada hoje pelo diário de referência alemão "Süddeutsche Zeitung"..Tanto o Deutsche Bank como a Portigon AG escusaram-se a tecer quaisquer comentários sobre o assunto.."Não posso adiantar quantas auditorias estão a ser feitas e a que bancos", explicou o porta-voz BaFin, acrescentando que aquela entidade está a utilizar "todos os meios ao seus dispor" para apurar de "uma forma mais exaustiva" se bancos alemães estiveram implicados na manipulação no processo de fixação das taxas Euribor..O regulador alemão já tinha aberto, em meados do último ano, uma investigação sobre a possível implicação do Deutsche Bank numa rede de interesses que beneficiou alguns dos maiores bancos do mundo e que está a ser investigada pelos reguladores europeus e norte-americano..O escândalo da Libor foi conhecido em finais de junho de 2012, quando o banco Barclays anunciou que ia pagar uma multa de 290 milhões de libras (cerca de 360 milhões de euros) às autoridades financeiras do Reino Unido e dos Estados Unidos por manipulação da Libor e a Euribor, usadas como referência nos empréstimos interbancários e outras operações financeiras, entre 2005 e 2009..A taxa Libor (sigla de London InterBank Offered Rate) resulta da média da taxa de juro a que vários bancos emprestam dinheiro entre si e é utilizada no Reino Unido, e um pouco por todo o mundo, como referência para os créditos a empresas e particulares. Além disso, também serve de indexante para alguns produtos financeiros..O caso, que levou nomeadamente à demissão do presidente e do diretor-geral do Barclays, atingiu outros bancos e levou à abertura de inquéritos em vários países, incluindo a Alemanha e os Estados Unidos.