Banco dos EUA paga a vítimas de Madoff
A quantia, que integra um acordo judicial com as autoridades norte-americanas, inclui 2,24 mil milhões de dólares destinados às vítimas de Madoff e 350 milhões de multas, revelou o gabinete do procurador federal de Manhattan.
Os 2,24 mil milhões, por sua vez, incluem 1,7 mil milhões para serem pagas às vítimas através do Departamento de Justiça, a maior penalidade alguma vez paga por violação da legislação do segredo bancário.
Os clientes de Madoff perderam 17,5 mil milhões de dólares na fraude, dos quais já foram recuperados 9,8 mil milhões, onde se incluem os pagamentos da JPMorgan.
Os casos ilustraram o papel do JPMorgan, enquanto principal banco de Madoff na maior fraude financeira que abalou Wall Street.
Durante mais de duas décadas, alguns quatro mil clientes confiaram a Madoff milhares de milhões de dólares para ele gerir. Mas em vez de investir o dinheiro, movimentava-o de e para contas no JPMorgan e comunicava aos seus clientes ganhos elevados, mas de facto ilusórios.
O 'staff' do banco começou a levantar suspeitas sobre as atividades de Madoff pelo menos a partir de 1994, se bem que nunca tenham sido transmitidos alertas ao departamento do banco para o controlo de lavagem de dinheiro nem às autoridades reguladoras.
Madoff, que foi um destacado corretor em Wall Street e presidente da bolsa dos títulos tecnológicos, o Nasdaq, acabou por ser detido em dezembro de 2008 por falsificações contabilísticas relativas às dezenas de milhares de milhões de dólares que geria.
A sua firma, Bernard L. Madoff Investment Securities, colapsou com apenas 300 milhões de dólares de ativos, depois de os ter quantificado em 65 mil milhões de dólares. As poupanças de investidores, fundações e famílias desapareceram no colapso e continuam os esforços para os recuperar.
Depois de admitir que a sua firma correspondia ao designado esquema de Ponzi, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão.
A penalidade imposta agora ao JPMorgan sucede a outros acordos judiciais do banco, com o envolvimento de quantias elevadas, incluindo 13 mil milhões por enganar investidores na venda de obrigações hipotecárias e mais de mil milhões por promoção de vendas fraudulentas de títulos bolsistas.
As ações da JPMorgan caíram 1,2% na bolsa nova-iorquina, na sessão de terça-feira, num dia em que quase todos os títulos do seu setor subiram.