Celestina Neves, presidente da junta de freguesia de Azeitão, estava na fila do supermercado quando sentiu tocarem-lhe no braço com alguma familiaridade. Pensou que fosse alguém conhecido, mas quando se virou ficou espantada - era Lorenzo de Medici que a queria cumprimentar. Desde que tinha sido noticiado que o descendente dos Medici tinha trocado a vida em Barcelona pela região que a autarca andava para lhe fazer uma visita de boas-vindas. As circunstâncias ditaram que os dois se conhecessem ali mesmo, entre os sacos de compras - uma mulher nascida na Covilhã que adotou Azeitão há 35 anos e aquele de quem dizem ser o último de uma linhagem da família italiana que foi mecenas de mestres do Renascimento como Botticelli, Michelangelo, Donatello...Azeitão é sinónimo de glamour, trazido por muitas figuras públicas que ali escolheram viver ou ter casas de fim de semana, mas é sobretudo uma terra com história e tradição. Desde os monges franciscanos da Arrábida, à família real que procurava os bons ares da serra até ao crescimento de famílias que ali ganharam as suas raízes nos últimos dois séculos, como a família dos José Maria da Fonseca que, ao longo dos tempos e por via feminina, viu o nome substituído por Soares Franco. Ou dos Paiva, que trouxeram das Beiras a receita do queijo para o queijo de Azeitão..Os edifícios históricos estão lá para dar os testemunhos: o convento da Arrábida, erguido no século XVI depois de o primeiro duque de Aveiro ceder os terrenos a um frade franciscano, o Palácio dos Duques de Aveiro, no centro da vila e que agora foi vendido para albergar um hotel de charme; a Quinta e o Palácio da Bacalhoa que pertenceu no século XIV ao Infante João, filho do rei D. João I, património nacional e que agora está nas mãos da Fundação Berardo; a Quinta das Torres, a Casa dos Duques de Palmela em pleno Parque Natural da Arrábida, transformada em hotel...."A terra é boa, a gente é boa, o clima é bom".A natureza foi generosa com Azeitão: emoldurou-a com a serra da Arrábida e deu-lhe terrenos férteis para os vinhos famosos, como os das adegas José Maria da Fonseca, Bacalhoa e Alcube. E foi essa natureza que chamou pessoas, que trouxeram receitas tradicionais como as dos queijos ou das tortas, elevados ao estatuto de ícones. Quem provou sabe do que se fala....Atraídas pelas características ímpares, pelos bons ares, pela proximidade entre Lisboa e Setúbal (concelho a que pertence a freguesia de Azeitão, também ela concelho até 1855), muita gente de fora se instalou em Azeitão. Há até quem lhe chame a Cascais da Margem Sul, por atrair a classe média-alta. Mas quem lá vive não concorda. Se tivesse de se parecer com alguma outra localidade seria Sintra... e, mesmo assim, com algum esforço.."Eu diria que Azeitão é muito mais distendida e interclassista. Não há tanto, como em Sintra e sobretudo em Cascais, a ruidosa e muito notória clivagem rico/remediado." Quem o diz é Herman José, "quase" azeitonense - mora desde 1984 em Picheleiros e adotou a terra como sua..Olhando para o que é hoje Azeitão, para as bolsas populacionais que cresceram à sua volta, algumas depois da instalação do complexo industrial na Autoeuropa em Palmela, António Soares Franco, presidente do conselho de administração da José Maria da Fonseca, não tem dúvidas de que ainda é uma vila de famílias tradicionais. "Mas se antes em cada três pessoas que encontrava na rua parava duas vezes para cumprimentar, hoje não conheço a maior parte porque são novos azeitonenses, gente que para aqui veio viver." A justificação? "A terra é boa, a gente é boa, o clima é bom.".Entre as famílias tradicionais enumera, obviamente a sua, os Paivas, os Carvalhos, os Avillez, os Belos, os Gamas, os Oliveiras, os Parreiras, os Coutos - "famílias muito antigas, umas com património, outras não"..O irmão Domingos Soares Franco, que entretanto chegou à empresa, entra na conversa: "Em séculos para trás, muitas das famílias que o meu irmão estava a referir tinham propriedades só que depois as coisas correram mal, com heranças, com descendentes, e algumas já não existem.".É com humor que Domingos, enólogo e vice-presidente da empresa, explica o que aconteceu. "Nos anos 1980 tentaram fazer disto Cascais, pensavam que era chiquérrimo, mas quando chegou a esta altura do inverno viram que está tudo morto..." António dá uma achega: "Terra de elite já foi em tempos, nos últimos 30 anos é tudo menos isso.".Herman José foi uma das figuras públicas portuguesas que escolheram Azeitão para viver, precisamente a meio da década de 80 do século passado. "Passaram 35 anos num sopro. Morava num pequeno apartamento na Costa da Caparica e sonhava ter, mais do que uma grande casa, um espaço de terreno onde me pudesse espraiar. O dinheiro não abundava, e alguém me falou na propriedade. Quando vim ver o local, foi amor à primeira vista. Tal como o poeta Sebastião da Gama, deixei-me enfeitiçar pela serra da Arrábida.".Encanta-o, apesar da proximidade com Lisboa, que consiga manter "uma componente de típica vila portuguesa, que as urbanizações e a cada vez mais crescente corrente de visitantes está a diluir. Felizmente que o Parque Natural da Arrábida, onde está inserida a minha casa, consegue atrasar bastante a muito humana pulsão para a criação de selvas urbanísticas"..É verdade que Azeitão tem crescido - e muito. Atualmente tem mais de 20 mil habitantes. Celestina Neves exemplifica com o crescimento eleitoral registado entre as últimas eleições autárquicas e as do Parlamento Europeu, ou seja entre outubro de 2017 e maio de 2019, em que ganhou mais 509 eleitores, um número astronomicamente superior a todo o concelho de Setúbal. Lorenzo de Medici é um desses novos eleitores, com a papelada tratada.."Hoje é uma terra muito procurada, sobretudo pela classe média-alta. O preço da habitação por metro quadrado é mais caro do que no resto do concelho ou em Palmela, até porque não há construção em altura, são sobretudo moradias unifamiliares, grande parte com piscina", justifica a autarca eleita pelo movimento de cidadãos Azeitão no Coração..O que procuram os novos azeitonenses? "Azeitão é uma terra que além de história também tem um património natural muito bom - a serra está quase toda na nossa freguesia, bem como o Portinho da Arrábida, as praias de Galapos, Galapinhos, Coelhos..." Assim, de uma penada, Celestina Neves reivindica para a sua freguesia autênticos ex-líbris da região de Setúbal, todos eles com presença nos guias turísticos.."Sempre foi uma terra de referência. Não é comum ter estes ingredientes juntos", diz. À história alia-se o património natural. E a terra soube responder à procura dos habitantes e dos visitantes com comércio tradicional de qualidade. "São esses que conseguem vingar. As pessoas vêm à procura de algo diferente. E vêm muitos turistas visitar as adegas." Só a José Maria da Fonseca recebe cerca de 402 mil visitantes por ano.."Os domingos são sagrados, vou a todos os mercados".É ao fim de semana que a terra ganha mais vida - nem que seja do visitante que vai beber apenas um café e comer uma torta. Nas esplanadas não é raro encontrarem-se caras conhecidas. Os estabelecimentos enchem-se de famílias, no verão o antigo Rossio, hoje Praça da República, chega a ter gente até às duas ou três da manhã..Muito diferente dos tempos em que António e Domingos Sousa Franco eram crianças e brincavam pelas ruas e pelos campos e toda a gente se conhecia. Hoje, como já disse António, está longe de ser assim - continua a frequentar o comércio tradicional, o mercado, o talho, mas muitos já lhe são desconhecidos..O irmão Domingos também tem a sua estratégia para manter os contactos. "Dou muito importância ir a pé de uma ponta à outra da rua principal para cumprimentar as pessoas. É uma rua muito pequenina, há pessoas que vivem só do lado de lá. E os domingos são sagrados, vou a todos os mercados da zona.".O enólogo sabe de cor e salteado as datas em que se realizam. O de Azeitão é no primeiro domingo do mês, o do Pinhal Novo no segundo domingo... É uma oportunidade para encontrar conhecidos, mas também para comprar verduras das hortas..Diz a presidente da junta de freguesia que os azeitonenses têm uma identidade muito própria. "Se lhes perguntam de onde são, respondem "sou de Azeitão", é uma identidade que está dentro delas. E Setúbal só tem que se orgulhar, porque é uma região que engrandece o concelho.".Azeitonense de gema é Teresa Pereira, 53 anos, 30 deles a trabalhar na José Maria da Fonseca, onde também o seu pai foi chefe de pessoal, quando ainda não se falava em departamentos de recursos humanos. Já saiu e voltou e agora acumula as funções de secretária da administração como de assessora de marketing e vendas.."Como todos os habitantes de terras pequenas, somos muito orgulhosos. E temos um passado tão rico em termos de história, de visitantes ilustres que passaram pelas inúmeras quintas... Não nos consideramos setubalenses, somos gente aqui da terra não da cidade. E a nossa riqueza é precisamente não sermos citadinos, mas estarmos próximo de duas cidades muito importantes, uma delas a capital, e ao mesmo tempo estarmos no campo."."Esta é a minha terra, só a ferros é que me arrancavam daqui".Também Teresa faz questão de enaltecer o comércio tradicional. "É vocacionado para os saberes e sabores de Azeitão. Somos tão orgulhosos das nossas coisas: a doçaria fantástica, os vinhos, os monumentos... mas faz doer a alma ver algum desse património ao abandono. Felizmente, o Convento de São Domingos já foi comprado e recuperado.".Mudanças encontra muitas na terra onde nasceu, sobretudo a procura turística. "A diferença mais óbvia é que antes conhecíamo-nos todos, era toda a gente daqui. Mesmo aqueles que vinham só passar o verão, sabíamos quem eram. Agora é raro vermos azeitonenses, são sobretudo pessoas que vêm de fora.".O Bairro do Campo da Bola (à direita de quem entra no centro de Azeitão) não existia, era uma zona de pinhal e de olival que foi posteriormente urbanizada e onde andava de bicicleta, havia a cultura do morango... Não existiam as Casas de Azeitão nem tudo o que se desenvolveu à volta. Mas, apesar de dizer que os azeitonenses se sentem invadidos, sobretudo ao fim de semana, ainda resta muita paz e sossego. "Esta é a minha terra, só a ferros é que me arrancavam daqui."."Levei um ano a acertar com a receita das tortas porque ninguém me ensinava".Não é a terra de nascença de Maria do Céu Marques mas foi a que ela escolheu para fazer vida. Veio de Sernancelhe, distrito de Viseu, por influência do marido, lisboeta de Benfica, que conhecia Azeitão de lá ir passar férias à casa do padrinho..Queriam ousar, abrir um negócio com um conceito diferente, que juntasse café com charcutaria. Tudo com produtos de qualidade. O negócio cresceu e à charcutaria, ao café e à esplanada já se acrescentou um restaurante - e ainda se vai mudar mais, com a criação de um espaço onde se veja a confeção das tortas de fazer crescer água na boca..A Casa Negrito, fundada há 20 anos, acompanhou o crescimento da terra, com um lema - responder à exigência de uma clientela que procura produtos de qualidade e não olha a preços. Maria do Céu e o marido Luís meteram-se numa área que não conheciam, ela trabalhava numa imobiliária, ele era delegado de propaganda médica. Mas arriscaram..E se antes comprava já feito o que vendia na loja, um dia achou que isso não fazia sentido. Pôs o avental e dedicou-se à doçaria, a fazer o pão-de-ló, a sericaia... e as tortas de Azeitão. Mas esta última receita não foi fácil. "Batalhei, insisti... fazia uma vez, outra vez, deitava tudo fora... levei um ano a acertar com a receita porque ninguém me ensinava." Mas acertou. De tal maneira que vende dezenas e dezenas por dia..A casa, explica, é frequentada por uma classe média-alta. "Quem ganha o ordenado mínimo não é o nosso cliente habitual", diz, garantindo contudo, que ali são todos tratados da mesma maneira. Apareçam em capas de revista, como a infanta Pilar, irmã do rei de Espanha, ou seja os turistas anónimos que visitam as caves da José Maria da Fonseca, mesmo em frente ao seu estabelecimento, ou o visitante de Lisboa ou Setúbal..A caracterização da clientela de Maria do Céu pode ser o espelho social e económico de Azeitão. Que ela quer continuar a receber com uma forma de se posicionar no mercado: sempre a investir, a oferecer o melhor, a inovar. "Não posso falhar. Esta postura dá segurança ao cliente, aos funcionários e à casa." E para a ajudar nesta empreitada já tem ao seu lado um dos seus dois filhos, o Ricardo, de 23 anos, que depois da faculdade decidiu ir trabalhar no negócio de família - ao contrário do irmão que preferiu abrir uma barbearia ao fundo da rua.."O Ricardo dá uma lufada de ar fresco na dinâmica com o cliente." O filho confirma. "Gosto do contacto com o público, de me sentar nas mesas a falar com os clientes.".Na esplanada ouve-se falar outras línguas. O outfit denuncia um grupo preparado para andar a cavalo e desfrutar da vista soberba da serra da Arrábida..E talvez a frase de Celestina Neves, presidente da junta de freguesia, resuma aquilo que é Azeitão. "Não sei se é uma terra rica, mas é uma rica terra.".José Maria da Fonseca. Uma família com o vinho nas veias.Como falar de Azeitão sem falar da família José Maria da Fonseca? Há quase 200 anos que a história da região se cruza com a das caves. E sempre que por esse mundo fora se abre uma garrafa de Periquita ou de Moscatel de Setúbal é a página de uma história pessoal que se junta à de uma família que tem nas veias sangue e vinho..Para contar a história da família, que por via feminina perdeu o nome José Maria da Fonseca para Soares Franco, é preciso recuar sete gerações, avisa António. Vamos às apresentações: António Soares Franco e o irmão Domingos dirigem os destinos da empresa, o primeiro é presidente do conselho de administração; o segundo é o vice-presidente e acumula o cargo de enólogo da casa - foi aliás o primeiro português a tirar o curso nos EUA, logo a seguir ao 25 de Abril, quando o destino habitual era a Europa..Vamos às origens: José Maria da Fonseca, matemático nascido em Nelas, recebeu quintas de Azeitão como pagamento de uma dívida do negócio dos tabacos quando já vivia em Lisboa. Já os Soares Franco estavam em Fronteira, no Alentejo. "O meu pai dedicou-se a perceber de onde vínhamos e conseguiu detetar as nossas raízes até Belmonte, terra de judeus, até quatro, cinco gerações atrás. Pensava que tivéssemos vindo para o Alentejo, mudando de nome por causa da Inquisição. Não temos a certeza, mas ele julgava que sim.".Instalaram-se em Fronteira como agricultores e nas Invasões Francesas faziam negócio com todo o tipo de víveres de que o Exército precisava. Até que, a certa altura, uma senhora Soares Franco se casou com José Maria da Fonseca. Têm uma filha única, esposa de Henrique da Gama Barros, que foi governador civil de Lisboa e presidente do Tribunal de Contas e, portanto, pouco se interessaram pelo negócio dos vinhos. O casal vende então a empresa a uma prima. E é essa mulher, Maria Albina Soares Franco, casada com José Augusto Paiva (da família que traz das Beiras a receita do queijo de Azeitão) que, em 1917, deixa a empresa em testamento a um sobrinho: António Soares Franco Júnior, avô de António e Domingos..A empresa nunca saiu das mãos da família - neste momento trabalham lá três pessoas da oitava geração, como Sofia Soares Franco, responsável pelo enoturismo e pelas relações públicas depois de um percurso bem distinto - licenciada em Ciência Política e mestre em Segurança e Defesa, esteve no comando da NATO em Oeiras mas o gosto pela empresa familiar trouxe-a de volta a Azeitão. O segredo é mesmo esse, explica António Soares Franco: "Levamos muito em gosto manter a empresa na família e ter uma geração futura que gosta disto. Ninguém está cá por obrigação.".Sofia explica as normas: "Nesta passagem de geração, existem regras internas, não há obrigação de a empresa contratar. Todos temos de ter licenciatura e mestrado de Bolonha e ter trabalhado antes.".A casa é-lhes familiar desde sempre. Andaram por ali desde que nasceram, a correr e a brincar nos jardins da casa-museu, no centro de Azeitão, entre as pipas. Nas férias do verão, todos ali trabalharam, uns nas vindimas, outros a guiar visitas, a fazer fotocópias ou a carimbar papéis..Também António Soares Franco e o irmão ali passaram a infância. A andar de bicicleta, nos carrinhos de rolamentos, a brincar aos cowboys... as cabeças partidas, todos juntos, os filhos dos patrões e dos empregados, sem distinções. "Somos uma família pouco elitista", diz Sofia..O pai volta a seguir o fio das lembranças e regressa aos tempos escolares, quando às sete e pouco da manhã apanhava a camioneta dos Belos para Setúbal. A primária foi feita em Azeitão, não propriamente numa escola. "A Dona Maria Clotilde dava aulas de manhã e, à tarde, tinha uma escola em casa onde andavam uns 30 meninos. Era uma excelente professora e ficámos muito bem preparados.".A família foi para Lisboa quando António estava a meio do liceu e o irmão terminou a primária. Fazem a adolescência com um pé na capital e outro em Azeitão. António acabou o curso poucos dias depois do 25 de novembro de 1975 - a empresa nunca saiu das mãos da família com a Revolução. Ainda pagou uma taxa para lhe darem uma licença militar para poder ir para Connecticut, nos EUA, trabalhar em marketing de vinhos e outras bebidas alcoólicas.."Acabadinhos de casar, quando embarcámos no aeroporto, lembro-me de chorar lágrimas a quatro e quatro pela cara abaixo pensando que não voltávamos a Portugal! Mas os nossos empregados defenderam a empresa com unhas e dentes", conta..Viajou nos primeiros dias de 1976, ainda com o ambiente político e social muito pesado. "Levámos pouca bagagem, nunca tive casa cá, mesmo coisas de casamento o que é que eu tinha? Um serviço da Vista Alegre e um de copos, eventualmente facas e garfos. Enchemos dois ou três baús com roupa, gravuras, nem eram pinturas, e bastantes fotografias. Para não dizerem que era um filho do patrão que estava a fugir, chamou-se a alfândega e estava um dos nossos delegados sindicais a assistir. A alfândega desmanchou os baús e quando na lista de bagagem viram molduras perguntaram onde estavam os quadros... e eu disse 'quadros não temos, aquilo é para fotografias de família, não me digam que é ilegal. Eu estava em brasa!"."O nosso lema na empresa é família de vinhos, vinhos de família".As fotografias revelam a importância da família nesta empresa com cerca de 200 colaboradores, uma das principais empregadoras da freguesia. "São as memórias que a gente tem", justifica António Soares Franco que durante esta conversa tantas vezes se levantou para apontar no quadro a árvore genealógica. Sofia remata: "O nosso lema na empresa é "família de vinhos, vinhos de família".".Nota: Esta reportagem foi realizada antes da declaração da pandemia de covid-19 e do estado de emergência.