Avião parte-se no ar. Piloto morre e sete passageiros ficam feridos
Seguia a sete mil pés de altitude (2133 metros) com oito pessoas e de repente começou a desintegrar-se. A queda de uma aeronave em Canhestros, Ferreira do Alentejo, provocou um morto (o piloto) e sete feridos, dois dos quais em estado grave. No local, a prestar assistência às pessoas que conseguiram saltar do avião, estiveram 66 operacionais apoiados por 26 veículos e ainda dois helicópteros do INEM, de Évora e Loulé. A aeronave, um Pilatus PC-6 - com capacidade para dez pessoas - pertence à empresa Seven Air, grupo que detém a companhia aérea Aero Vip, concessionária das linhas aéreas regionais que ligam Bragança a Portimão e Porto Santo e Funchal. A informação foi avançada à Lusa por José Rosa, do comando distrital de Beja da GNR.
O alerta foi dado às 19.08, através do 112. Um avião civil com um grupo de paraquedistas tinha caído. Para o local foram de imediato bombeiros, GNR e INEM. O piloto é a única vítima mortal (segundo o jornal online Observador será de nacionalidade belga), mas do acidente resultaram ainda dois feridos graves. "A informação dada pelos ocupantes é que o avião estava a sete mil pés quando começou a desintegrar-se. Não perceberam se foi pela asa direita se pela cauda e entrou em perda de altitude. Embateu no solo e o piloto é a vítima mortal", disse ao DN Manuel Reis, vereador da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, que esteve no local do acidente. Havia destroços espalhados pelo montado e partes do avião em cima de sobreiros.
Segundo o vereador, o avião levantou do aeródromo de Figueira dos Cavaleiros, onde funcionam várias escolas de paraquedismo. Levava oito pessoas a bordo, entre instrutores e passageiros (saltam agarrados ao instrutor), não se sabendo a que escola pertencem. Manuel Reis acompanhou as operações e ouviu os relatos que alguns dos ocupantes deram aos técnicos.
"As pessoas estão em choque. Um dos feridos graves é um instrutor - que levava uma senhora ligada a si - que quando o avião se desintegrou levou com uma peça na cabeça e perdeu a consciência. Abriu o paraquedas de emergência aos 1000 pés de altitude. O paraquedas de emergência salvou duas pessoas", repetiu Manuel Reis, ainda impressionado pela descrição.
As operações levaram horas até que a última pessoa, um instrutor, fosse encontrada no meio de um montado, numa zona de difícil acesso. Inicialmente foi dado como desaparecido. Foi o vereador que levou a equipa médica até ao local para prestar assistência e estabilizar o ferido, também considerado em estado grave. "Está muito agitado e aparenta ter um traumatismo na zona da cabeça. Mas está consciente e sabe o seu nome", relatou Manuel Reis, descrevendo a zona onde o homem foi encontrado: "É de difícil acesso, no meio de um montado. É um terreno muito arenoso e só veículos com tração às quatro rodas conseguem aqui andar". De acordo com Manuel Reis, o avião que caiu fazia serviço em Ferreira do Alentejo e no Algarve e pertencia a uma empresa algarvia. Na semana passada tinha estado em Espanha a fazer uma revisão.
Três dos feridos de menor gravidade foram assistidos no local e recusaram ser encaminhados para o hospital, de acordo com o Comando Distrital de Operações de Socorro de Beja. Dois outros feridos - mulheres, uma de 48 anos natural de Lisboa e outra com 37, de Alhos Vedros - foram assistidos em Beja, segundo fonte do hospital. Tiveram alta pelas 23.45 de domingo. Um dos feridos mais graves foi deslocado pelo helicóptero do INEM para o hospital de S. José, em Lisboa. O outro ferido grave teve de aguardar pelo helicóptero do INEM que teve dificuldade em aterrar no local. Cerca das 00:30 foi transportado também para o Hospital de São José, em Lisboa.