O presidente do serviço de informações interno alemão, Hans-Georg Maassen, disse que não se verificaram "perseguições" contra estrangeiros durante os atos de violência levados a cabo pela extrema-direita em Chemnitz..As declarações de Maassen, em entrevista ao jornal Bild, contradizem as recentes afirmações da chanceler Angela Merkel, com o presidente do Serviço a dizer que tem dúvidas sobre a veracidade das imagens que foram divulgadas através da internet e que mostram agressões contra pessoas que aparentam ser estrangeiras.."Não há provas de que o vídeo que circula na internet (...) seja autêntico", disse Hans-Georg Maassen.."Há motivos que levam a crer que se trata de informação falsa divulgada intencionalmente para, supostamente, desviar a atenção da opinião pública sobre as mortes em Chemnitz", acrescentou Maassen referindo-se ao homem de 35 anos assassinado, em agosto, por dois refugiados - do Iraque e da Síria - que viviam num centro local de acolhimento provisório..Um dos jornalistas que divulgou um dos vídeos diz que as imagens são verdadeiras e que foram captadas na cidade de Chemnitz.."Eu partilho das mesmas dúvidas da opinião pública sobre a verdade acerca das perseguições organizadas da extrema-direita em Chemnitz", disse também o presidente do Gabinete de Proteção da Constituição.."Nós não temos informações fidedignas no Gabinete de Proteção da Constituição sobre tais perseguições (da extrema-direita) ", acrescentou o responsável que se distancia também das afirmações de Angela Merkel..A chanceler alemã criticou de forma veemente "as perseguições coletivas", o "ódio que existe nas ruas" e que, frisou, são contrárias "ao Estado de Direito"..As declarações de Merkel foram proferidas na quinta-feira na sequência das afirmações de Michael Kretschemer, o presidente da Saxónia, que integra Chemnitz, que não se verificam situações "coléricas nem perseguições nem pogroms" em Chemnitz..A morte de Daniel H. na noite de 26 de agosto desencadeou uma série de atos de violência organizados por movimentos neo-nazis e de extrema-direita na cidade da antiga República Democrática da Alemanha (ex-RDA)..Os acontecimentos de Chemnitz estão a marcar a atualidade política que enfrenta um intenso debate sobre a entrada, desde 2015, de um milhão de refugiados no país.