Austrália quer banco de dados de reconhecimento facial para luta antiterrorista
O Governo da Austrália pretende incluir as fotografias e informações das cartas de condução num banco de dados de reconhecimento fácil para melhorar a luta antiterrorista, disse esta quarta-feira o primeiro-ministro, Malcolm Turnbull.
Esta proposta, que integra uma série de medidas para unificar os recursos do Governo central com os dos estados e territórios australianos que gerem as cartas de condução na luta contra o terrorismo, será abordada durante uma reunião durante o dia, em Camberra.
Os elementos que constam das cartas de condução juntar-se-iam ao banco de dados de passaportes e informações de imigração gerido pelo Executivo de Camberra, a nível federal, para vigiar lugares como aeroportos ou centros comerciais, afirmou.
"Não se pode permitir que o risco de um ataque cibernético impeça que se faça todo o possível para manter a Austrália segura", disse Turnbull à estação local ABC, explicando que a metade dos australianos está já "de uma forma ou de outra" nos sistemas do Governo federal.
O Executivo de Camberra pretende que se harmonizem as leis nos estados e territórios para que os suspeitos possam ser detidos para serem interrogados até 14 dias, sem formalização de acusação em qualquer parte do país.
Apenas no estado de Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney, é permitida a detenção durante 14 dias, tal como espera implementar em todo o país o Executivo da Austrália, no qual os estados e territórios têm as suas próprias regulações em certas áreas.
O Governo federal procura também penalizar a posse de material com instruções para participar ou cometer atos terroristas na Austrália e que, em muitos casos, está disponível na Internet.
"As pessoas hoje em dia, na era das aplicações de mensagens encriptada e da Internet, podem receber de outra parte do mundo, ou descarregar da Internet, um manual de instruções para construir uma bomba. Não há justificação nem propósito legítimo de ter este material e isto devia ser um crime", disse o primeiro-ministro.
O Governo australiano quer reforçar a segurança contra potenciais ataques terroristas, depois de os atentados cometidos no estrangeiro, e de as autoridades terem impedido um ataque planeado num avião de passageiros, no aeroporto de Sydney, no passado 15 de julho.
Em setembro de 2014, a Austrália elevou o alerta terrorista e aprovou uma série de leis antiterroristas para evitar que sejam cometidos atentados no seu território.