Assunção Cristas. "Não precisamos de mais Europa, precisamos de melhor Europa"
A ideia de "mais Europa" não é a resposta aos problemas e às ameaças com que hoje se confronta o projeto europeu. Assunção Cristas, líder do CDS, defendeu hoje que aquela solução acabou por aumentar a distância para com os cidadãos.
A presidente centrista, uma das oradoras do debate "Que Europa queremos", que está a decorrer no Centro Cultural de Belém em Lisboa, identificou como alguns dos "problemas estruturais" do continente europeu o inverno demográfico, as migrações - "com as quais não soubemos lidar convenientemente" - ou o reacender dos populismos. "Mas para estas ameaças a resposta não pode ser sempre a mesma de mais Europa, que é a resposta normalmente utilizada e a que mais irrita os cidadãos", defendeu, sublinhando que esta solução "acabou por criar uma Europa mais distante", um "centralismo burocrático" que acabou por se transformar num "corpo político independente que não se sente ligado a ninguém".
Numa iniciativa integrada no ciclo de conferencias sobre a Europa, que o DN está a promover esta semana para assinalar o seu 153.º aniversário, Assunção Cristas sustentou que a Europa se "esqueceu do princípio fundador" da subsidariedade, uma ideia a que "temos de voltar". Até porque "as pessoas cansaram-se de tanta interferência".
"Não precisamos de mais Europa, precisamos de melhor Europa. Queremos uma Europa forte, focada para as grandes questões e flexível nas pequenas", acrescentou ainda Assunção Cristas, concluindo que uma Europa "descentralizada" será uma Europa "com menos periferias".
Citando o orador anterior, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Martins da Cruz, a presidente dos democratas-cristãos sustentou que a "Europa é uma opção e uma necessidade", mas fez questão de sublinhar que o "resto do mundo tem de continuar a ser parte da visão de Portugal".