O debate começou, na segunda-feira à noite, com uma proposta de recomendação da CDU para que a Câmara tome "as medidas necessárias e estabeleça um diálogo com os promotores do Es.Col.A, com o obetivo de garantir a continuidade deste projeto e das suas atividades em prol da população onde se insere"..Seguiu-se uma intervenção da deputada socialista Carla Miranda, referindo que o projeto desenvolvido pelo coletivo Es.Col.A é "merecedor do apoio da maioria da população local" por trabalhar "com a comunidade"..Mas Carla Miranda disse também que "foi um erro" o facto de o Es.Col.A não se ter demarcado da "ameaça" que o grupo Anonymous havia feito a Rui Rio, através de um vídeo colocado no YouTube..O Bloco de Esquerda (BE) também lançou uma proposta que, em primeiro lugar, protesta contra a "utilização da Polícia Municipal fora do quadro das suas competências legais, ao serviço de posições, meramente ideológicas"..As duas propostas, contudo, acabaram chumbadas, sempre com os votos contra da coligação PSD-CDS/PP, à qual se juntou o PS para a rejeição da proposta dos bloquistas..A deputada Ada Pereira da Silva, do BE, usou da palavra no debate para questionar "qual o projeto camarário destinado à Escola da Fontinha", mas o centrista André Noronha contestou, defendendo que "a Fontinha é uma questão entre a ordem e a falta dela, e a vontade popular não é a vontade de alguns"..No mesmo sentido se pronunciou o social-democrata Paulo Rios ao afirmar: "Aqui no Porto, ainda há regras"..Gustavo Pimenta, do PS, argumentou que "o interesse público das iniciativas estará sempre a montante das questões legais e burocráticas", concluindo que "não parece que a Câmara do Porto tenha tomado a melhor medida", inviabilizando o projeto que o Es.Col.A desenvolveu na Fontinha até ser despejado, a 19 de abril..Na ponta final da assembleia municipal, no período reservado ao público, Granja da Cruz Lima recuperou a questão e disse que o artigo 85 da Constituição diz que "são apoiadas pelo Estado as experiências viáveis de auto-gestão" - como seria a do Es.Col-A.."Peço que deixem trabalhar quem quer fazer uma cidade solidária", apelou..Rui Rio já tinha abandonado a sala e, por isso, não ouviu duas outras intervenções favoráveis a um projeto iniciado em abril de 2011, com a primeira ocupação da antiga escola primária da Fontinha..Passava já da meia-noite quando a Assembleia terminou, restando poucas pessoas das dezenas mobilizadas pelo Es.Col.A, que horas antes estiveram concentradas junto à Câmara do Porto..Em declarações aos jornalistas, o professor de teatro Luís Costa explicou que "o pessoal do Es.Col.A resolveu trazer para aqui as atividades que não consegue fazer na Fontinha".