Asiáticos Doidos e Ricos finalmente em Portugal. E que surpresa!

Em Portugal aos <em>Crazy Rich Asians</em> chama-se <em>Asiáticos Doidos e Ricos</em> e chegou ao Home Cinema. Uma comédia romântica que parou a América e que é já o grande fenómeno de cultura pop do ano. Muito divertido...
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Foi o maior êxito surpresa do verão nos EUA, mas em Portugal a Warner decidiu não apostar nas salas e chega agora aos clubes de video das operadoras. Chama-se Asiáticos Doidos e Ricos e é uma comédia romântica com o selo de Jon M. Chu, um dos cineastas mais afamados dos musicais como Step Up 2 e de filmes de ação como G.I. Joe - Retaliação. A grande surpresa é que esta Cinderela asiática tem o coração certo e é uma eficaz "screwball comedy" clássica com um humor asiático irresistível.

Tudo começa em Nova Iorque, quando um casal de asiáticos, Rachel e Nick, decide ir a Singapura para um casamento de uns amigos. Qual não é o espanto de Rachel quando descobre que Nick é o herdeiro de uma das mais ricas famílias asiáticas, donos de um império no imobiliário. Às duas por três, sente-se uma Cinderela num mundo de ostentação e luxo, embora o pobre Nick só esteja a pensar em pedir-lhe a mão.

O mais divertido no filme nem é o casal em si, mas sim uma galeria de personagens secundárias que goza e brinca com um certo novo-riquismo asiático, em especial dos chineses de Singapura. Os tais podres de rico que têm mansões com decorações em dourado, só pensam em marcas e em que estar numa certa festa é estatuto puro.

Chu filma todas as festas e o desfile de riqueza como se estivesse num conto de fadas, mas permanece sempre fiel a um princípio de avanço narrativo escorreito e prático, sabendo perfeitamente que os tiques asiáticos de deslumbramento dão bons gags. Também sabe que o espetador é voyeur e, por isso, filma as joias, os carros e os vestidos com se fosse uma "performance" de natureza de ambiente instalativo e onde se desenvolve uma certa ideia de carnaval constante. Um carnaval que respeita os códigos coloridos do luxo chinês, com o folclore que daí advém a permitir excelente material para comédia de situação.

Haverá sempre duas maneiras de aderir ao filme: entrar de rompante e sem preconceitos neste festival de excentricidade inofensiva ou jogarmos à defesa e sermos cínicos perante uma história de amor que segue a velha máxima de rapariga pobre que sofre em ser aceite pela família milionária do namorado, com todos os equívocos que isso acarreta.

Crazy Rich Asians convence porque é kitsch sem saber que é kitsh e safa-se muito bem quando entra nos códigos da cultura asiática e se ri deles. Por tudo isto, é uma surpresa incontestável. Agora percebe-se porque foi o filme mais rentável do verão americano. Um verdadeiro campeão de simpatia.

Chu está já ocupado em rentabilizar o filão: vem aí uma sequela e também um "spin off". Os chineses podres de ricos vão entrar na cultural popular ocidental...

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