As ideias dos cinco candidatos já conhecidos à presidência do Sporting
A dois meses das eleições para escolher o novo presidente leonino - agendadas para 8 de setembro -, a lista de candidatos vai aumentando a um ritmo elevado.
Com o anúncio de Bruno de Carvalho, este sábado, são já cinco os candidatos assumidos desde que Frederico Varandas deu o "tiro de partida" desta corrida, a 26 de junho. E falta ainda um mês para acabar o prazo de apresentação de candidaturas.
O DN resume aqui as cinco candidaturas já conhecidas.
Frederico Varandas
O médico que ajudou à queda da última direção de Bruno de Carvalho, ao demitir-se da chefia do departamento clínico assumindo a sua disponibilidade para ser alternativa ao então presidente, foi o primeiro a apresentar oficialmente uma candidatura às eleições de 8 de setembro.
Sob o lema "Unir o Sporting", apresentou um extenso rol de apoios sonantes, com vários ex-jogadores leoninos (Slimani, Daniel Carriço, Hugo Viana, Carvalho...) entre a sua Comissão de Honra, tal como o anterior técnico Jorge Jesus.
Na sua equipa conta com Francisco Salgado Zenha para a área financeira, Rogério Alves para a Mesa da Assembleia Geral e Miguel Albuquerque, atual diretor do futsal verde e branco.
Frederico Varandas promete transparência na gestão do clube, diz que todos os dirigentes terão de entregar declarações de rendimentos e que o Conselho Fiscal do Sporting vai funcionar como uma espécie de Tribunal Constitucional.
Crítico da parte final da gestão de Bruno de Carvalho, também elogia alguma obra do anterior presidente, como "o Pavilhão João Rocha, títulos internacionais e nacionais nas modalidades e, sobretudo, alguns dos momentos mais espetaculares de mobilização". Quer "um clube eclético e gigante, com corpo e com alma".
Sobre a atual equipa de futebol, promete que José Peseiro será também o seu treinador.
Fernando Tavares Pereira
O empresário da zona centro (natural de Tábua) foi o segundo candidato a fazer-se anunciar, numa conferência de imprensa em Coimbra, sublinhando que apresenta uma candidatura transversal a todo o país.
Sob o lema "Unidos Venceremos", disse querer um Sporting assim, unido. Bruno de Carvalho incluído, frisou. E prometeu rigor e estabilidade.
Afirmando que é uma candidatura de fora para dentro, sublinhou que vai "tentar dar voz aos núcleos do Sporting" e fazer com que alguns deles possam integrar o Conselho Leonino do Sporting.
Empresário nas áreas do turismo, agricultura, metalomecânica, entre outras, Tavares Pereira conta com o apoio do ex-presidente da Câmara de Loures, Carlos Teixeira, o ex-secretário de Estado Rui Barreiro, o antigo campeão mundial de kickboxing Fernando Fernandes e do antigo ciclista Marco Chagas.
Em relação à atual comissão de gestão, ao líder da SAD Sousa Cintra e ao treinador José Peseiro, Tavares Pereira referiu que "tem de se dar o benefício a quem está neste momento a gerir o Sporting".
Pedro Madeira Rodrigues
Ancorado numa política de três vês - "Valores, visão e vitórias" - o gestor volta a apresentar-se às urnas, depois de em 2017 ter sido derrotado por Bruno de Carvalho, obtendo apenas 9,49% dos votos. Garante estar " muito mais preparado" do que nessa altura, com "a maturidade certa e as características para liderar" o Sporting e fazer do clube "uma referência mundial".
Foi o terceiro candidato a apresentar-se publicamente e fê-lo sobretudo com uma novidade para o futebol: a aposta no treinador italiano Claudio Ranieri, que substituirá José Peseiro caso Madeira Rodrigues ganhe as eleições. "Tem o perfil de que o Sporting precisa", justificou.
Sem revelar nomes de apoiantes ou membros da sua equipa, prometeu investimento do Médio Oriente, embora o valor exato "dependa das auditorias" a realizar no clube e SAD. Garantiu igualmente que vai avançar com um empréstimo obrigacionista de 100 milhões de euros, caso seja eleito. E revelou a intenção de ficar com 80% do capital social da SAD sob controlo do clube.
Dias Ferreira
Outro nome que repete uma candidatura, depois de ter concorrido às eleições de 2011, ganhas por Godinho Lopes. Tal como na altura, também desta vez conta com o apoio de Paulo Futre, que catalogou como "um grande sportinguista e uma pessoa indispensável".
Dias Ferreira formalizou na sexta-feira a intenção de se candidatar, surgindo como o quarto nome na corrida às eleições de 8 de setembro. Vai às urnas sob o mote "Somos todos Sporting". Antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral, o advogado justificou a opção de avançar, após um período de reflexão, com o facto de não se rever em nenhuma das candidaturas já apresentadas anteriormente.
O ex-dirigente diz conhecer bem a situação financeira do Sporting e a respetiva reestruturação e não se arrepende de ter apoiado Bruno de Carvalho em momentos anteriores: "Todos fazemos juízos errados."
Defendendo a estabilidade possível da equipa de futebol, Dias Ferreira diz preferir fazer "um debate de ideias", mais do que discutir nomes de treinadores ou jogadores. Até porque as eleições ocorrem já depois do fecho de mercado.
Bruno de Carvalho
O presidente-adepto, como ele próprio gostava de se intitular, foi destituído a 23 de junho numa assembleia geral extraordinária que pôs fim a cinco anos de uma gestão marcante, polémica e que terminou de forma tempestuosa, o que lhe valeu ficar na história como o primeiro presidente da história do Sporting a ser destituído.
Sob a sua presidência, o Sporting apostou forte para voltar aos títulos, o que conseguiu em diversas modalidades (do futsal ao andebol, do atletismo ao regressado voleibol), mas não no futebol, que falhou sempre o assumido objetivo de ser campeão. As suas críticas públicas a jogadores e equipa técnica, bem como o incidente da agressão de adeptos aos jogadores em Alcochete, foram fatores invocados por vários futebolistas para rescindir contrato no final da época passada.
Ainda sujeito a processos disciplinares internos que o podem suspender de sócio por longo período, Bruno de Carvalho anunciou este sábado, através do Facebook, que volta à luta e se recandidata à presidência.
Remetendo mais pormenores para a próxima quarta-feira, em conferência de imprensa, Bruno de Carvalho frisou que "voltar para trás não pode ser o caminho" do Sporting, deixando críticas à atuação das atuais comissão de gestão e liderança da SAD.
Não se conhecendo ainda oficialmente os seus apoios, há expectativa para ver se continuará a ter ao seu lado Carlos Vieira, o vice-presidente financeiro da sua anterior direção que também tem sido dado como possível candidato.