As ambições dos 12 atletas que vão representar Portugal nos Mundiais

Há perspectivas de medalhas entre a segunda maior comitiva de sempre em Campeonatos do Mundo em Pista Coberta. Pichardo e Auriol lutam pelo título já na sexta-feira.
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Com Pedro Pichardo, Patrícia Mamona e Auriol Dongmo na segunda maior comitiva de sempre (e com paridade, seis homens e seis mulheres), Portugal ambiciona medalhas nos Campeonatos do Mundo de Atletismo em Pista Coberta, que se realizam entre amanhã e domingo, em Belgrado, Sérvia. "Temos expectativas de muito bons resultados, com atletas candidatos a medalhas, mas também com jovens com futuro", revelou o presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira.

Portugal tem 13 medalhas (quatro da recordista Naide Gomes) em Mundiais indoor e um máximo de dois pódios por edição.

Depois do ouro nos Jogos Olímpicos com um salto de 17.98 metros, todos os olhares estão virados para Pichardo, que sonha saltar para lá dos 18,29 metros (recorde mundial desde 1995) e tem contas a ajustar com os Mundiais. Em Pequim 2015, ainda em representação de Cuba, subiu ao pódio ao lado de Nelson Évora (bronze) e Christian Taylor (ouro). Já como português falhou os Mundiais Indoor de Birmingham. Agora vai à procura do ouro e do recorde no triplo salto, apesar de ter pior marca que Lázaro Martínez e Will Claye.

Sexta-feira, final às 11.10

Falta-lhe uma medalha nos Mundiais de atletismo. Depois dos títulos europeus (2016 e 2021) e da prata conquistada em Tóquio 2020 com uma participação fantástica que lhe valeu um recorde nacional (15.01 metros), Patrícia Mamona vai à procura de um pódio nos Campeonatos do Mundo. Depois dos quartos lugares em 2015 e 2019, a atleta do Sporting também tem umas contas a ajustar nestes Mundiais indoor. Mamona tem a oitava marca do ano entre as 17 presentes. A campeã Olímpica Yulimar Rojas é a grande favorita ao outro na prova do triplo salto.

Domingo, final às 10.00

Auriol chega a Belgrado com a melhor marca mundial do ano (19.90 metros) no lançamento do peso feminino. Uma marca impressionante da campeã da Europa indoor, que faz Portugal sonhar com uma medalha na melhor fase da atleta de 31 anos, que ainda há dias venceu a Taça da Europa, com um lançamento de 19.68 metros à chuva e com vento. Auriol quer a medalha, como disse há dias ao DN. Christina Schwanitz, Maggie Ewen e Jéssica Schilder darão luta?

Sexta-feira, final às 17.55

Francisco Belo falhou o apuramento direto por um centímetro, mas foi selecionado na mesma para o lançamento do peso. Tem apenas o 16.º lugar entre os 19 inscritos, com 20.64 metros, e terá de se aproximar do seu recorde pessoal (21.28) para superar o título nacional perdido há dias para Arnaudov. Ryan Crouser é o super favorito na prova.

Sábado, final às 18.40

"Isaac Nader é um atleta de futuro, treinado pelo nosso grande campeão Rui Silva. É sempre um motivo de orgulho esta passagem de testemunho dos atletas consagrados para os mais jovens." Este elogio do presidente da federação, Jorge Vieira, dispensa mais apresentações da maior esperança do meio fundo masculinos. Com o 11.ª tempo entre os inscritos, o algarvio de 23 anos pode surpreender nos 1500 metros... que têm Jacob Ingebritsen como favorito.

Sábado, eliminatórias às 11.15. Final é no domingo às 17.35

Tiago Pereira é campeão nacional do triplo salto. Mas o estatuto vale de pouco numa disciplina com história e tradição no atletismo português e heranças pesadas de dois campeões Olímpicos (Nélson Évora e Pichardo). Foi campeão nacional há dias com 16,57 metros, longe do seu recorde nacional absoluto (17,98) e da sua melhor marca indoor (17,36). Pichardo, Martínez e Claye são os favoritos.

Amanhã, final às 11.10

Bazolo garantiu a presença em Belgrado com um recorde nacional. Correu os 60 metros em 7,17 segundos, no Jamor, e bateu assim a marca de Lucrécia Jardim, que durava desde 1998. Aos 38 anos, mostra estar em grande forma, apesar da forte concorrência que a espera em Belgrado. Há quatro anos não passou das eliminatórias. Ewa Swoboda a baixou barreira dos sete segundos e parte como favorita.

Amanhã, eliminatórias às 09.15, meias-finais às 17.10 e final às 19.55

Rosalina Santos está habituada a lutar com Loreno Bazolo pelo título nos 60 metros. Agora vai estrear-se em Mundiais. Tem como melhor marca 70.33s (33.º tempo entre as inscritas), conseguida no regresso às pistas, depois de quase dois anos de ausência devido a lesões.

Amanhã, eliminatórias às 9.15, meias-finais às 17.10 e final às 19.55

Em 2021 foi quinto classificado no Europeu indoor, onde correu os 60 metros em 6,62 segundos (melhor marca da carreira). É a segunda vez que o homem mais rápido de Portugal nesta vertente representa as cores nacionais em Mundiais indoor - em 2016 (ficou-se pelas eliminatórias).

Sábado, eliminatórias às 09.45, meias-finais às 17.40 e final às 20.20

Nascido em Cuba há 27 anos e naturalizado português em 2018, Abdel Larrinaga tem a terceira melhor marca de sempre (7.67s) nos 60 metros barreiras. É um atleta de provas combinadas (decatlo e heptatlo), que surgiu muito forte nas barreiras este ano e conseguiu os mínimos para Belgrado, com ajuda do treinador Mário Aníbal. É mais uma estreia. Portugal não tinha representação nesta prova desde 2014.

Domingo, eliminatórias às 9.05, meias-finais às 16.05 e final às 18.30

Em 2021, antes dos JO, Cátia Azevedo melhorou o recorde de Portugal dos 400 metros pela terceira vez ao ao ar livre, mas procura bater o recorde indoor que ainda é de Carmo Tavares (52.77s). Ir à final e estabelecer nova marca pessoal é o grande objetivo da experiente velocista.

Amanhã, eliminatórias às 10.45 e final no sábado às 18.50.

Jéssica Inchude não esperava ser convocada para Belgrado. Com 18.10 metros como melhor marca do ano, a portuguesa, que esteve infetada com covid-19 há menos de um mês e meio, foi convidada a participar graças ao 35.º lugar no ranking mundial: "A minha expectativa é ir à final e tentar bater o meu recorde pessoal."

Amanhã, final às 17.55.

isaura.almeida@dn.pt

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