O ano de 2018 abre em Serralves com uma retrospetiva de meio século sobre a obra da artista italiana Marisa Merz (n. 1926, Turim). "O Céu é um Grande Espaço", exposição inaugurada ontem, é uma organização do Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque, e do Hammer Museum, de Los Angeles, e terá em Serralves a sua primeira apresentação europeia, antes de seguir para o Museu de Arte Moderna de Salzburgo.. A exposição representa uma retrospetiva de meio século de obras (1966-2016) de pintura e escultura da artista italiana, de 91 anos, que foi a única mulher representante da Arte Povera, movimento vanguardista que no final da década de 1960 rejeitou a riqueza material da Itália a favor de materiais pobres. Nela estão incluídas as primeiras experiências de Merz no contexto da Arte Povera com materiais e processos não tradicionais; as cabeças e rostos enigmáticos que criou nas décadas de 1980 e 1990; e as instalações que conciliam a intimidade com uma escala impressionante.."A obra de Merz é desafiadora e evocativa. É profundamente pessoal, tanto uma resposta à sua própria experiência, como à história da arte e à atmosfera contemporânea de Turim e da Itália do pós-guerra", sintetizou a curadora desta exposição, Connie Butler, do Hammer Museum, que esteve em Serralves e salientou a adequação do espaço a todo o conceito: "Este museu tem a arquitetura perfeita para receber esta exposição. Há um enquadramento belíssimo do edifício com estas obras.".João Ribas, diretor adjunto do Museu de Serralves, salientou, por sua vez, o agrado de poder mostrar no Porto e em Portugal o valioso trabalho de uma artista de referência da segunda metade do século XX. "Às vezes, é nas gerações mais velhas que encontramos o verdadeiro vanguardismo", referiu, destacando originalidade da obra da artista galardoada em 2013 com um Leão d"Ouro da Bienal de Veneza pela vasta influência da sua obra em diversas gerações..A exposição estará patente em Serralves até 22 de abril e foi desenvolvida em colaboração com a Fondazione Merz, em Turim (Itália).