Arménia quer atitude russa após por "incursão" do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh

Em causa está o ataque das forças militares azeris, que quebraram o cessar-fogo imposto pelos russos naquela região.
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A Arménia pediu esta segunda-feira que as forças de paz russas em Nagorno-Karabakh tomem "medidas concretas" depois de os militares do Azerbaijão terem tomado o controlo de uma vila estratégica naquela região separatista.

Num novo aumento de tensões na região no meio da ofensiva militar da Rússia na Ucrânia, tropas do Azerbaijão tomaram na quinta-feira a vila de Farukh, em Nagorno-Karabakh.

A área está sob responsabilidade das forças de paz russas, que foram enviadas para Karabakh, sob um cessar-fogo mediado por Moscovo, que acabou com semanas de combates na região entre a Arménia e o Azerbaijão no final de 2020.

O Ministério da Defesa da Rússia disse no domingo que o Azerbaijão tinha retirado as suas forças da vila, mas o Azerbaijão disse que as suas forças continuam a ter o controlo da área.

O Ministério das Relações Exteriores da Arménia exigiu esta segunda-feira, em comunicado, uma "investigação sobre as ações do contingente russo de manutenção da paz durante a incursão do Azerbaijão", confirmando que as tropas do Azerbaijão permanecem na área.

"Esperamos que o contingente de manutenção da paz da Rússia em Nagorno-Karabakh tome medidas concretas para acabar com a incursão das unidades do Azerbaijão na zona de responsabilidade das forças de paz", diz o comunicado.

Um aumento da tensão em Karabakh pode representar um desafio para a Rússia, tendo em conta que as suas forças estão fortemente envolvidas na Ucrânia.

Moscovo mobilizou cerca de 2000 forças de paz na região após a guerra de 2020 pelo enclave há muito contestado, e que já custou mais de 6.500 vidas.

Separatistas étnicos arménios em Nagorno-Karabakh separaram-se do Azerbaijão quando a União Soviética entrou em colapso em 1991. O conflito que se seguiu custou cerca de 30.000 vidas.

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