Arcebispo de Paris apresenta demissão ao papa por comportamento 'ambíguo' com mulher
O arcebispo de Paris, Michel Aupetit, apresentou ao papa Francisco a sua demissão, informando a sua decisão à diocese de Paris. O arcebispo admitiu que se comportou de forma "ambígua" com uma mulher em 2012, após ter sido anunciado pela imprensa que Aupetit manteria relações íntimas com a referida mulher.
Através de uma carta enviada esta semana ao papa, o arcebispo "propôs a sua demissão", disse à AFP a diocese de Paris, confirmando uma informação noticiada previamente pelo Le Fígaro. Cabe agora ao pontífice argentino deferir ou não o pedido de demissão de Aupetit.
Na quarta-feira (24 de novembro), o jornal Le Point, afirmou no seu site que o arcebispo teve uma relação íntima e consentida no ano de 2012 com uma mulher, referindo-se a um e-mail que Aupetit teria enviado por engano mas que não deixava dúvidas sobre a relação existente.
Não se tratava de "uma relação amorosa" ou de uma "relação de cariz sexual", disse a diocese de Paris novamente à AFP.
"Reconheço que o meu comportamento com ela pode ter sido ambíguo, dando assim a entender a existência de uma relação íntima e de relações sexuais entre nós, o que nego categoricamente", disse Aupetit ao jornal Le Point.
A solicitação de demissão "não é uma confissão de culpa, mas sim um gesto de humildade", afirmou a diocese que acrescentou que o gesto do arcebispo hoje em dia pode incomodar muitos católicos do seu distrito.
Este pedido de demissão chega num contexto cada vez menos favorável para a igreja francesa, depois de uma comissão independente ter adiantado em outubro que vários padres e pessoas ligadas à igreja católica abusaram de cerca de 216.000 menores em França, entre o ano de 1950 e 2020.