Investigação: Árbitro Bruno Paixão pago por empresa do "saco azul" do Benfica
A Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público (MP) detetaram pagamentos de milhares de euros por parte da empresa informática que terá servido de saco azul ao Benfica, pela forma como recebeu do clube 1,9 milhões de euros por serviços de consultoria fictícios, ao árbitro Bruno Paixão, adianta a TVI / CNN Portugal.
De acordo com a estação, existem indícios de corrupção desportiva, por suborno de um árbitro, que podem levar à descida de divisão das águias.
O próprio Bruno Paixão admitiu à TVI ter recebido dinheiro, mas apenas por "um serviço de controlo de qualidade" à empresa, afirmando tratar-se de uma mera coincidência ter recebido dinheiro da Best for Business, do empresário e arguido no processo José Bernardes, enquanto exercia as funções de árbitro.
"Conheço José Bernardes, e, aqui há uns anos, durante alguns meses, tentei implementar um sistema de controlo de qualidade, o ISO 9001, na empresa Best for Business", afirmou, negando ter recebido pagamentos por parte do Benfica.
O clube da Luz reagiu em comunicado a esta notícia, frisando que já fez "um pedido de aceleração processual" e que "no processo em causa as diligências de inquérito foram já concluídas, aguardando o processo apenas o despacho final que põe termo ao inquérito".
"No âmbito do referido processo nunca a Benfica SAD ou os seus representantes legais foram confrontados com quaisquer factos que envolvessem o nome do Senhor Bruno Paixão e/ou quaisquer acusações de corrupção desportiva", pode ler-se numa nota publica no site oficial do clube.
O inquérito do processo Saco Azul remonta a 2018, quando a Autoridade Tributária e Aduaneira alertou para a faturação excessiva de uma empresa de consultoria informática. Esta empresa e os seus responsáveis já tinham sido constituídos arguidos. Em causa estão 1,8 milhões que saíram das contas da Benfica, SAD, num período de meio ano, para pagamento de serviços que alegadamente nunca foram prestados.
Na altura em que o processo foi desencadeado, a Polícia Judiciária fez buscas no clube, tendo sido analisados documentos na tentativa de encontrar crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. A investigação tentou perceber se a SAD do Benfica tinha um saco azul, onde o dinheiro seria depositado e depois levantado em notas, para ser utilizado no pagamento de despesas não contabilizadas.