Apple retira da China aplicações que evitam censura da internet
'Sites' como o Facebook, Youtube e Google ou ferramentas como o Dropbox e o WeTransfer estão bloqueados na China. As versões eletrónicas de órgãos de comunicação como o The New York Times ou o Economist também estão censuradqs.
A VPN cria ligações criptografadas entre computadores e pode ser usada para abrir portais bloqueados pela censura do regime comunista.
Desde janeiro, Pequim exige que as empresas que fornecem este serviço obtenham licenças do Governo."Fomos convidados [pelas autoridades chinesas] a remover alguns aplicativos de VPN que não cumprem as novas regras", admitiu no domingo a Apple, num comunicado citado pela agência noticiosa France Presse (AFP).
"Estas aplicações estão disponíveis em todos os outros mercados onde são permitidas", acrescentou a empresa.
Dois fornecedores, a Express VPN e a Star VPN, disseram este fim-de-semana terem sido informados pela Apple de que os seus produtos deixaram de estar disponíveis na China.
Em comunicado, a Express VPN classificou a medida de "surpreendente e lamentável".
"Estamos dececionados com esta decisão, que é a medida mais drástica que o Governo chinês tomou até agora para bloquear o uso da VPN. E estamos incomodados por ver a Apple a ajudar a China nos esforços para censurar", acrescentou.
Na rede de mensagens instantâneas Twitter, a Star VPN escreveu: "Este é um precedente muito perigoso, que pode levar a decisões semelhantes em países como os Emirados Árabes Unidos, e outros onde os governos controlam a internet".
A China é o segundo maior mercado do mundo da Apple, a seguir ao dos Estados Unidos.
A nação mais populosa do mundo, com 1.375 milhões de habitantes, tem o maior número de utilizadores de internet do planeta.
Porém, um relatório da unidade de investigação norte-americana Freedom House coloca o país como o que mais censura a rede, entre 65 nações estudadas, abaixo do Irão e da Síria.
A medida reflete a visão do Presidente chinês, Xi Jinping, de "soberania do espaço cibernético" ou o direito de Pequim em limitar a atividade 'online' dos cidadãos, com o argumento de que o controlo é uma questão de segurança nacional.