Apoiante de Trump acusado de se apropriar de fundos de campanha

Durante sete anos, Duncan Hunter e a mulher utilizaram para benefício pessoal cerca de 250 mil dólares (216 mil euros) de fundos de campanha
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Um dos primeiros republicanos eleitos para o congresso dos EUA a apoiar Donald Trump na sua corrida à Casa Branca foi acusado de se ter apropriado ilegalmente de fundos para financiar a sua campanha na Califórnia.

Eleito para a Câmara dos Representantes, Duncan Hunter, 41 anos, e a sua mulher Margaret, de 43 anos, "recorreram repetidamente a fundos eleitorais, como se fossem contas bancárias pessoais", acusa o procurador federal Adam Braverman, em comunicado.

Durante sete anos, o casal utilizou para benefício pessoal cerca de 250 mil dólares (216 mil euros) pagando as férias em família no Havai e em Itália, despesas de dentista, bilhetes de teatro e muitas outras despesas pessoais.

O casal vai comparecer na manhã de quinta-feira num tribunal federal em San Diego.

Jogos de golfe, bilhetes de cinema, videojogos ou refeições caras, os investigadores identificaram "dezenas de casos", ocorridos entre 2009 e 2016, em que o casal usou fundos de campanha para pagar "despesas pessoais que não podiam pagar".

O republicano teria disfarçado, nas suas declarações às autoridades eleitorais, designações enganosas para as referidas despesas: "viagens ao país", "jantar com voluntários/contribuintes" ou "cartões de oferta".

No Congresso dos EUA, Duncan Hunter e Chris Collins, outro republicano da Câmara, foram os primeiros a anunciar o seu apoio a Donald Trump durante a campanha, em fevereiro de 2016.

Há duas semanas, Chris Collins também foi acusado de "uso de informações privilegiadas".

Diretor e acionista maioritário de uma empresa de biotecnologia australiana, Collins terá revelado ao seu filho o fracasso de um teste clínico importante para a empresa antes que a notícia se tornasse pública, para que o filho pudesse fazer transações e assim limitasse as suas perdas na empresa.

São duas acusações muito embaraçosas para os republicanos, menos de três meses antes das eleições intercalares cruciais para o partido manter a maioria no Congresso.

"As acusações contra (Duncan) Hunter são muito sérias", disse o líder republicano Paul Ryan, terça-feira.

Nancy Pelosi, líder dos democratas, exigiu que Ryan pedisse a Hunter que renunciasse ao cargo.

"Mais uma vez, um dos primeiros apoiantes de Donald Trump no Congresso traiu a confiança dos eleitores e tirou proveito de dinheiros públicos para enriquecer", disse a líder da oposição na Câmara.

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