Apesar do chumbo da sua resolução, CDS atingiu "plenamente os seus objetivos"
O CDS considerou que alcançou "plenamente os seus objetivos", depois do seu projeto de resolução em que recusava os programas de Estabilidade e de Reformas ter sido chumbado pela maioria parlamentar de esquerda.
Segundo o líder da bancada centrista, Nuno Magalhães, com esta votação conseguiu-se "dar transparência e clareza à vida democrática".
Os centristas defendem que, com esta votação, BE, PCP e PEV são corresponsáveis pela governação socialista. "Se votámos documentos estruturantes que vinculam Portugal para os próximos quatro anos, interna e externamente, a partir de hoje fica claro que a responsabilidade do que acontecer ao nosso país - nomeadamente aquele que é o cumprimento das metas e da existência ou não de medidas de austeridade adicionais - passa a ser do PS, BE, PCP e PEV", completou Nuno Magalhães.
"Hoje ficou claro que quem tem responsabilidade, quem governa e quem tem também coerência, já agora", ironizou o deputado do CDS, recordando que "ainda há cinco dias" o secretário-geral do PCP disse "que era contra o plano de Estabilidade". E Magalhães apontou o dedo a Jerónimo de Sousa: "Hoje pelos vistos é favor [desse documento], de resto não estava na sala, creio que o incómodo é natural."
Também o Bloco de Esquerda não ficou de fora das considerações do líder parlamentar centrista porque "sempre foi contra um plano de Estabilidade, que considerava até uma espécie de submissão à União Europeia, hoje ficou submisso em relação ao PS e à União Europeia". "Assim se vê a coerência de uns e outros mas a seu tempo essa coerência será julgada", rematou Nuno Magalhães.
O texto do projeto de resolução - que teve os votos contra do PS, BE, PCP e PEV e a abstenção do PAN - recomendava ao Governo que procedesse "a uma revisão do Plano Nacional de Reformas no sentido de nele incluir o compromisso de não reverter as reformas estruturais adotadas nos últimos quatro anos" e pretendia "rejeitar o Programa de Estabilidade 2016-2020 apresentado à Assembleia da República no dia 21 de abril de 2016". Só o PSD acompanhou o CDS.