António Vitorino eleito diretor-geral da Organização das Migrações
O português António Vitorino foi eleito diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM).
António Vitorino foi eleito por aclamação para um mandato de cinco anos, derrotando na quarta ronda a costa-riquenha Laura Thompson, vice-diretora-geral da OIM.
Na terceira ronda foi afastado o terceiro candidato, Ken Isaacs (EUA), interrompendo a eleição sucessiva de um norte-americano para aquele cargo no último meio século.
A eleição de António Vitorino ocorre ano e meio após a posse do também português António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas.
"A eleição de António Vitorino aumenta a nossa visibilidade internacional" e, numa altura em que "nunca se falou tanto de migrações como agora", o novo diretor-geral da OIM "pode dar um contributo muito importante para a resolução desse problema", afirmou ao DN o embaixador Martins da Cruz, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.
António Vitorino deverá tomar posse no próximo dia 01 de outubro, quando terminam os cinco anos do segundo mandato do atual diretor-geral da OIM, William Lacy Swing.
Esta escolha representa uma nova derrota diplomática para a Administração Trump, que candidatou uma figura conhecida por ter escrito comentários anti-muçulmanos nas redes sociais (que apagou e pelos quais pediu desculpa).
Fica por saber qual a reação dos EUA, que contribuem com cerca de metade do orçamento da OIM e que há dias se retiraram da Comissão dos Direitos Humanos da ONU.
Note-se que esta eleição ocorreu em plena polémica sobre a política anti-imigração de Donald Trump, que suscitou a condenação global e acabou por obrigar o presidente norte-americano a aprovar uma ordem executiva para proibir as autoridades de retirarem as crianças aos pais que tentam entrar ilegalmente nos EUA.