António Lamas. Plano para eixo Belém-Ajuda "foi trabalho meritório"
O ex-presidente do Centro Cultural de Belém (CCB) António Lamas sustentou hoje, no parlamento, que o plano que criou para o eixo Belém-Ajuda "foi um trabalho meritório, feito por um conjunto de especialistas".
O responsável falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, para prestar esclarecimentos sobre a sua demissão, pelo ministro da Cultura, João Soares, em fevereiro, na sequência de um pedido de um requerimento apresentado pelo PSD.
"Não concordo que o plano seja um disparate para deitar fora, como disse o ministro da Cultura", declarou António Lamas, sustentando que a tutela "não lhe deu suficiente atenção".
Além da presidência do CCB, António Lamas tinha sido nomeado, pelo anterior Governo, para chefiar uma estrutura de missão para criar um plano de gestão integrada naquela zona de Belém, que reúne cerca de três dezenas de museus e monumentos.
"No futuro, este plano terá de certeza seguimento", defendeu o ex-presidente do CCB.
António Lamas recordou que o Governo socialista de José Sócrates tinha previsto, em 2008, um projeto semelhante para a zona de Belém, criando uma sociedade anónima para a gestão da frente ribeirinha, "mas não era um plano estratégico".
"Este apresentava a diferença de articular as instituições envolvidas", argumentou ainda o responsável sobre as críticas que foram feitas pela tutela, e que levaram à sua demissão.
Negou ainda, perante os deputados, que a Câmara Municipal de Lisboa não tenha sido ouvida no processo, como foi dito pela tutela.
Sérgio Azevedo, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, considerou, na audição, não estar em causa a legitimidade política do Governo para demitir António Lamas, mas lamentou "a forma como todo o processo foi conduzido".
Por seu turno, a deputada socialista e ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas lamentou que o ex-responsável pelo CCB fosse obrigado a estar presente no parlamento para falar "nestas circunstâncias", e sublinhou a importância da carreira de António Lamas na área do património.
Para a presidência do CCB foi nomeado Elísio Summavielle, ex-secretário de Estado da Cultura e ex-diretor-geral do Património Cultural, que era um dos adjuntos do ministro da Cultura.