António Domingues demitiu-se da Caixa Geral de Depósitos
O presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues, demitiu-se.
A demissão foi esta tarde confirmada pelo Ministério das Finanças, em comunicado enviado às redações.
A renúncia ao cargo, segundo o comunicado, "só produzirá efeitos no final do mês de dezembro".
Não é esclarecido, no entanto, se os restantes membros da administração do banco público seguem o exemplo de António Domingues ou se permanecem na CGD.
O Ministério das Finanças apenas adianta que "muito brevemente será designada (...) uma personalidade para o exercício de funções como presidente do CA [Conselho de Administração] da CGD, que dê continuidade aos planos de negócios e de recapitalização já aprovados.
Ao que o DN apurou, Domingues apresentou a sua demissão ao presidente do conselho fiscal, Guilherme d'Oliveira Martins, que por sua vez a comunicou ao governo. (Informação retificada às 21:05)
Esta tarde, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha sublinhado que "é uma prioridade nacional a estabilização e a consolidação do sistema financeiro português", mas admitiu que este processo será complicado, porque quando menos se espera "surgem obstáculos".
"Aparecem contratempos, os mais inesperados? Aparecem", pergunta e respondeu o Presidente da República, enumerando que esses contratempos podem aparecer "uns dias de manhã", "outros dias à tarde", "outros à noite", ou "à noitinha".
Pelo que, fez questão de acrescentar, o que importa é que no dia seguinte é preciso "acordar e continuar o caminho, com determinação".
Domingues e a restante administração da CGD têm estado nas últimas semanas envolvidos em intensa controvérsia relativamente à obrigatoriedade de entrega da declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional por assumirem cargos de gestão numa entidade cujos capitais são totalmente públicos.
A Caixa Geral de Depósitos está em vésperas de um importante processo de recapitalização.