O discurso de António Costa sofreu ontem uma inflexão no que diz respeito à reposição do valor dos cortes salariais na função pública. Em entrevista à RTP, o candidato do PS a primeiro-ministro recuou face ao que afirmou na Quadratura do Círculo (SIC) a 31 de outubro, onde foi claro: "Acho difícil uma leitura [do acórdão do Tribunal Constitucional (TC)] que não seja a reposição dos salários em 2016.".O único candidato à sucessão de António José Seguro - com o qual disse contar para futuro - vincou que o objetivo de um governo seu será "repor todos os cortes feitos" (nos salários acima de 1500 euros e também nas pensões), mas foi cauteloso quanto a prazos. E socorreu-se da sua interpretação da jurisprudência do TC para alterar aquilo que afirmara: "O objetivo deve ser 100%, se for possível em 2016. Se não for, deve ser o máximo possível." A posição é, assim, mais próxima da que consta na moção que leva ao congresso socialista (dias 29 e 30), onde fala apenas numa "política de estabilização e recuperação dos rendimentos das famílias"..Primordial é restituir a "confiança" dos agentes económicos, tendo Costa referido que tenciona "estabilizar o quadro fiscal" e o "acesso ao crédito" para produção. Mas em relação a impostos, com a sobretaxa de IRS à cabeça, não se comprometeu. Se a 16 de outubro, após a apresentação do Orçamento do Estado para 2015, frisou que teria "muito prazer" em devolvê-la aos portugueses, ontem salientou que na sua moção "não está dito que a eliminação seja imediata". .Leia mais no e-paper do DN