Antes pilhas de corpos a um terceiro confinamento? Boris Johnson debaixo de fogo

Ministro nega supostas declarações do chefe do governo britânico, citadas pelo tabloide "Daily Mail".
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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está debaixo de fogo depois de alegadamente ter dito que preferia ter pilhas com milhares de corpos de vítimas de covid-19 do que aprovar um terceiro confinamento. As declarações já foram negadas por um ministro, mas a resposta do governo britânico à pandemia continua a gerar críticas.

O Daily Mail, citando fontes anónimas, disse que o primeiro-ministro terá afirmado em outubro, logo após concordar com um segundo confinamento, que não queria ter que voltar a fechar a economia. "Deixem que os corpos se amontoem aos milhares", cita o tabloide. Um terceiro confinamento acabaria por ser declarado em janeiro.

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Mas essa declaração, que terá sido proferida em Downing Street, já foi negada por vários ministros. "Não é verdade. Já foi negado por praticamente toda a gente", disse o ministro da Defesa, Ben Wallace, à Sky News.

"Estamos a entrar numa espécie de capítulo cómico com todos estes boatos. Vocês sabem: fontes anónimas de conselheiros anónimos que falam de eventos anónimos. Nada disto é sério", afirmou.

Boris Johnson está envolvido numa guerra de palavras com o seu antigo conselheiro, Dominic Cummings, que o acusou de incompetência e questionou a sua integridade. No seu blogue, no domingo, o arquiteto da campanha do Brexit, que se tornou num dos homens fortes de Downing Street antes de ser despedido, escreveu que é "triste ver o primeiro-ministro e o seu gabinete tão longe do nível de competência e integridade que o país merece".

O primeiro-ministro tem enfrentado críticas sobre a forma como tem lidado com a pandemia de covid-19 -- nomeadamente tendo demorado demasiado tempo a impor o primeiro confinamento, defendendo inicialmente a ideia de conseguir uma "imunidade de grupo", e depois tendo dificuldade na resposta adequada.

No Reino Unido, mais de 127 mil pessoas morreram com covid-19 - um número apenas inferior ao registado nos EUA, Brasil, México e Índia.

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