André Ventura vai apresentar moção de confiança à sua liderança

Chega tem sido alvo de problemas internos, entre eles a demissão do seu vice-presidente, Gabriel Mithá Ribeiro.
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O presidente do Chega anunciou este domingo ter informado o líder da Mesa do partido, Jorge Valsassina, de que pretende apresentar uma moção de confiança o mais rapidamente possível "que todos possam participar e ter a sua posição definida e para ver se este é o caminho que querem, o caminho que nos trouxe até ser a terceira força política, ou se acham que deve haver um outro caminho, outra forma de liderar o partido".

Esta é resposta de André Ventura à polémica aberta nos últimos dias por Gabriel Mithá Ribeiro, que se demitiu de vice-presidente do partido, na sequência do seu afastamento do cargo de coordenador do gabinete de estudos.

No sábado, Gabriel Mithá Ribeiro garantiu que cumprirá o mandato de deputado dentro ou fora do partido e avançou que irá iniciar negociações com o presidente do Chega. "Seja qual for o desfecho deste cenário, cumprirei o mandato até ao final da legislatura e sem abdicar da autonomia do trabalho que desenvolvo no distrito para o qual fui eleito, o distrito de Leiria", disse Mithá Ribeiro, numa conferência de imprensa, com limite de número de perguntas aos jornalistas.

O deputado do Chega demitiu-se de vice-presidente do partido, na segunda-feira, na sequência do afastamento do cargo de coordenador do gabinete de estudos, lugar que foi ocupado "provisoriamente" por André Ventura.

Gabriel Mithá Ribeiro disse ainda que irá reunir-se com o presidente do partido e que entrará em negociações para serem "encontrados pontos de aproximação concretos". "Para já, fico na condição de iniciarmos conversas, negociações o mais breve possível. Entreguei ao presidente André Ventura um texto escrito, claríssimo, a explicar e a fundamentar as minhas posições e a apresentar propostas de soluções", acrescentou o deputado.

Para o político, André Ventura é "o principal responsável pelos principais sucessos do partido, o que nem sequer é discutível, mas também é o principal responsável pelo adiamento de soluções internas que podem a prazo prejudicar seriamente" o Chega. "Todos conhecemos os sintomas: desentendimentos internos, suspeições, expulsões e conflitos", apontou, defendendo a abertura do Chega "aos independentes e pensadores".

Este domingo, André Ventura questionado sobre as condições referidas por Mithá Ribeiro para negociarem, disse que "todos os que me conhecem sabem que não negoceio com base em pré-condições, sabem como é que eu funciono e é assim que o Chega tem funcionado desde o início".

"Agora, a nossa unidade, que é um dado que eu dou como garantido neste momento, não é indiferente e eu não sou indiferente ao que foi dito no episódio que ocorreu, e como outras críticas de autarcas do Chega... Eu não sou indiferente a esse fenómeno e é evidente que há hoje no partido uma fação, que eu penso que é minoritária, que entende que o nosso estilo de oposição é talvez agressivo demais, que talvez deveria ser noutro sentido, que talvez tenhamos um estilo político demasiado forte e demasiado assertivo", referiu o presidente do Chega à chegada a Loulé, para o encerramento da Academia de Verão do Chega.

Mesmo reconhecendo a existência de críticas internas, incluindo no grupo parlamentar, André Ventura frisou por mais do que uma vez que "o grupo está unido e a informação que temos é que o grupo vai permanecer unido nas lutas que temos pela frente".

Sobre as alegadas agressões que terão acontecido com o seu colega de bancada, Mithá Ribeiro não confirmou nem desmentiu a informação na conferência de imprensa de sábado. "Poderá esclarecer essa questão com o deputado a que se referiu. Temos o direito de preservar a nossa intimidade, dignidade e espaço de privacidade. É a nível interno que a questão tem de ser resolvida", respondeu.

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