Agressão estará na origem da demissão de Gabriel Mithá Ribeiro
Um desentendimento que culminou numa agressão de Bruno Nunes a Gabriel Mithá Ribeiro, numa reunião do grupo parlamentar, antes de um Plenário na Assembleia, terá sido o que precipitou a saída do vice-presidente do Chega da posição de vice-presidente.
Ao DN chegaram relatos do episódio, que terá sido testemunhado por vários elementos do gabinete parlamentar daquele partido, mas André Ventura "não tomou posição nem defendeu o seu vice-presidente" e coordenador do gabinete de estudos. Pelo que Mithá Ribeiro considerou que não poderia manter-se no lugar.
O presidente do Chega "não agiu em conformidade", consideram fontes ouvidas pelo DN, confirmando que o ainda deputado do partido de Ventura não prescinde da sua cadeira na Assembleia, mas tem estado em diálogo próximo com o presidente para encontrar bases de entendimento.
No sábado, em Leiria (por onde foi eleito), Mithá Ribeiro deverá comunicar, numa conferência de imprensa em que também estará Pedro Arroja, coordenador do plano económico do Chega, a decisão de se manter como deputado do partido (ou não). O deputado anunciou na segunda-feira que pediu a demissão de vice-presidente do Chega, depois de ter sido afastado de coordenador do gabinete de estudos.
"Na sequência do meu pedido de demissão de vice-presidente do Chega, a 9 de julho do corrente ano, o mesmo torna-se inevitável face ao comunicado do meu afastamento do cargo de coordenador do Gabinete de Estudos por decisão de vossa excelência", escreveu Mithá Ribeiro a André Ventura, num email publicado pelo deputado no Facebook. A publicação gerou mal estar, mas logo no dia seguinte André Ventura veio assegurar que mantém a confiança política no seu agora ex-vice-presidente.
"Quer o presidente do partido, quer a liderança da bancada parlamentar, mantêm a confiança no trabalho, na representatividade do deputado Gabriel Mithá Ribeiro", garantiu há dois dias o presidente do Chega, afirmando ter transmitido a Gabriel Mithá Ribeiro a "confiança no seu trabalho e enquanto deputado", e assegurando que "as questões que pudessem subsistir parecem sanadas".
Já nesta quinta-feira à noite, Ventura reafirmou que o partido está "unido" e "muito forte" para abertura do ano político. Na rentrée do terceiro maior partido no Parlamento, no Algarve, Ventura frisou que o partido e o grupo parlamentar têm uma "enorme unidade". "O que nos importa hoje é que vamos ser muito fortes na inauguração do ano parlamentar", disse André Silva à chegada ao Casino de Vilamoura, onde se realizou o jantar que marcou a rentrée política do partido.
O líder do Chega garantiu que "o grupo parlamentar continua unido", apesar de alguns deputados não estarem presentes "por qualquer razão". "Não queria deixar de notar, não só a presença de uma grande parte do grupo parlamentar, muitos deputados" e outras personalidades do partido, "a mostrar que temos esta enorme unidade", que "por muito que alguns a queiram destruir não vão conseguir", repetiu André Ventura. Com Lusa