Amnistia pede às Fiji investigação urgente a tortura

A Amnistia Internacional apelou hoje ao regime militar das Fiji para lançar uma investigação urgente sobre um vídeo disponível na Internet, que parece mostrar dois homens a serem torturados por elementos das forças de segurança.
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As imagens disponíveis no YouTube mostram um dos homens a ser brutalmente agredido com bastões e barras de ferro.

A Amnistia disse estar a tentar verificar a autoria do vídeo, filmado em setembro, o qual mostra prisioneiros evadidos a serem mal tratados, após de terem sido recapturados por militares, que governam a nação do Pacífico desde o golpe de 2006.

A organização de defesa dos direitos humanos afirmou que independentemente de quem sejam os envolvidos, trata-se de um caso de tortura, tendo exortado por isso o líder do regime militar das Fiji, Voreqe Bainimarama, a ordenar um inquérito independente urgente.

"É chegada a hora de Voreqe Bainimarama aparecer e de condenar veementemente o uso da tortura nas Fiji e de lançar uma investigação", afirmou o diretor executivo da Amnistia Internacional na Nova Zelândia, Grant Bayldon, em declarações à AFP.

O vídeo, de nove minutos, parece ter sido gravado através de um telemóvel.

No ano passado, a Amnistia disse estar preocupada com o tratamento dado a um grupo de cinco condenados que foram recapturados depois de terem escapado de uma prisão em setembro.

Um dos prisioneiros terá sido agredido de forma tão violenta que uma fratura exposta obrigou à amputação de parte da sua perna direita.

Bayldon considerou que alguns dos golpes infligidos, exibidos no vídeo, estão em linha com os sofridos pelos prisioneiros.

"Se este vídeo for averiguado, será parte de uma longa lista de alegações de tortura e agressões nas Fiji", acrescentou.

"Isto acontece num país sobre o qual a Amnistia tem sérias preocupações relativamente à falta de direito de expressão, de reunião e de liberdade de imprensa, onde as pessoas têm frequentemente medo de falar", apontou.

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