Amish acusados de crimes de ódio por cortar cabelos
Os incidentes foram espoletados por disputas religiosas. Segundo a crença Amish os cabelos e barbas têm significado espiritual pois acreditam que a Bíblia instrui as mulheres a usarem cabelos longos e os homens a não cortarem a barba depois do casamento.
O líder Amish Samuel Mullet foi acusado de encorajar os ataques executados por seis mulheres e dez homens, quatro dos quais eram seus filhos. Os advogados de defesa argumentam que os ataques ocorreram, mas foram disputas familiares e não crimes de ódio.
Mullet terá feito telefonemas provocatórias para as vítimas depois dos ataques e recebido um saco cheio de cabelos de uma das vítimas, segundo o Ministério Público, citado pelo jornal britânico BBC News.
Um bispo Amish testemunhou que a sua barba, que geralmente pendia pelo peito, foi cortada até ao queixo, depois de arrastado para fora de sua casa durante a noite por quatro ou cinco homens. Outras testemunhas explicaram que Mullet controla a comunidade há duas décadas.
Em 2011, o líder afirmou à Associated Press que não tinha ordenado os ataques, mas também não os tinha impedido e que queria enviar uma mensagem aos outros grupos Amish de que deveriam envergonhar-se pela forma como tinha tratado o seu grupo. Mullet havia recebido críticas por ser demasiado rígido e ostracizar elementos da sua comunidade.
Dentro da comunidade Amish, os crimes raramente são denunciados à polícia e as punições são decididas internamente. Algumas das vítimas dos ataques recusaram-se a apresentar queixa. Uma das mais comuns punições é dormir em galinheiros.
Ohio tem uma população de cerca de 61 mil Amish. O segundo estado com maior população da religião que rejeita tecnologias como os telemóveis ou os automóveis, logo a seguir à Pensilvânia.