Amália e guitarra portuguesa em grande no areal
Em pleno areal, os artistas retocavam as suas construções, mas o nervosismo estava do outro lado da barreira. "Tira a areia dos cantos, Carol. Fica melhor assim", explicava a mãe, repetindo gestos durante toda a manhã em Vila Praia de Âncora. "Ups! Já me fizeste estragar esta parte, com tanta água", atirava Carolina, insatisfeita com o seu peixe.
Por entre a azáfama dos mais pequenos, Álvaro Meira e Ana Maria Azevedo, artistas plásticos e jurados por um dia, comentavam os trabalhos que começavam a ganhar corpo no areal. "Gosto do equilíbrio entre a qualidade e a dimensão", assumiam os dois artistas, em conjunto com o autarca local, Manuel Marques, e António Feiteira, da Capitania de Caminha.
A música, com uma guitarra portuguesa e até a figura de Amália Rodrigues, esteve em plano de destaque, além da típica baleia ou dos castelos e fortalezas. Pouco preocupados com o júri estavam os mais novos. Era o caso de João, mais concentrado na sua fortaleza, com direito a torres e até um improvisado fosso. "As muralhas não ficaram como eu queria", lá dizia para a irmã mais velha, deixando o desabafo: "Se não ganhar, fica para o ano."