Alunos da Escola Secundária de Camões protestam contra falta de obras

Alunos vão marchar nesta quinta-feira desde a escola, situada perto do Saldanha, no centro de Lisboa, até à Assembleia da República.
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Os alunos da Escola Secundária de Camões vão voltar aos protestos pela falta de obras no liceu no centro de Lisboa, depois de os concursos internacionais que tinham sido abertos no ano passado não terem tido candidatos, disse ao DN o presidente da Associação de Estudantes, Simão Bento.

"As obras não vão avançar. Saiu no final do período passado o resultado do concurso a indicação de que não houve nenhuma empresa interessada, as obras não vão avançar e mais uma vez vão ser adiadas. Neste momento, nem temos um prazo ou uma data, nem nenhum ponto de referência, voltámos à estaca zero", disse Bento, criticando a Parque Escolar que é a responsável pelas obras de reabilitação.

Os alunos devem começar a concentrar-se na quinta-feira a partir das 08.00 na escola, partindo às 10.00 para a Assembleia da República.

"Um dos objetivos é que a Parque Escolar seja extinta, porque toda a intervenção que tem tido nas escolas até ao momento foi, no mínimo, desastrosa. E tem de ser o governo, através do Estado central, a garantir as obras e as condições nas escolas", defendeu o presidente da Associação de Estudantes. "Continuamos muito dependentes de uma empresa que agarre no projeto para que ande para a frente", indicou.

Ao DN. os responsáveis da Parque Escolar dizem que será lançado novo concurso público para a realização das obras de reabilitação da Escola Secundária de Camões. "A nova portaria de extensão de encargos, no valor de 15,2 M€ (sem IVA), já está assinada pelos ministérios da Educação e das Finanças, pelo que o novo concurso está pronto a arrancar", explicam. E não refutam as acusações dos alunos e direção escolar.

Diretor da escola fala em "situação preocupante"

Ao DN, o diretor da Escola Secundária de Camões diz não ter a informação de que as obras não vão avançar, mas sim que não houve candidatos para a execução das mesmas. "É uma situação preocupante", diz João Jaime Pires referindo-se à necessidade de obras nesta escola centenária de Lisboa.

João Jaime Pires conta que a 25 de outubro de 2018 foi publicada a portaria em Diário da República que autoriza a "Parque Escolar a assumir os encargos relativos ao contrato de execução da empreitada para a reabilitação da Escola Secundária de Camões", conforme se lê no documento. Uma portaria que surge porque o primeiro concurso, que estipulava um valor de 12 046 milhões de euros para a empreitada, ficou "deserto de candidatos". No novo concurso internacional o valor da obra subiu para 13 852 milhões de euros, mas, mesmo assim, não surgiu nenhum candidato, conta o diretor do estabelecimento.

"Estamos numa situação de impasse", afirma, depois dos dois concursos sem candidatos. A direção da escola, bem como o conselho geral e a associação de pais solicitaram, no final do ano passado, uma reunião, com caráter de urgência, com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, depois de saber da inexistência de propostas no prazo do segundo concurso. Até agora não obtiveram uma resposta.

Em dezembro, a escola recebeu uma visita do grupo parlamentar do PCP que questionou o governo sobre o ponto da situação das obras na Escola Secundária de Camões.

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