Aliança. Santana Lopes "emocionado" por criar algo novo, mas sem "pieguices"
No Arena d'Évora, ao som de uma música épica, Pedro Santana Lopes foi ovacionado pelos 600 delegados do congresso fundador da Aliança. À chegada, o presidente do novo partido confessou aos jornalistas estar "emocionado" por estar a construir "algo de novo". "É m momento especial sem pieguices", disse.
Santana Lopes admitiu que a "responsabilidade" é maior, mas disse ser "fascinante" fazer nascer a Aliança. "É mais bonito ainda", disse, lembrando que estar num partido como o PSD era "mais fácil" porque tinha recursos e meios.
Mas manifestou-se empenhado em estar do "lado bonito" da política, o das "convicções" e não da corrupção, da falta de cumprimento das promessas eleitorais.
"A corrupção, a falta de respeito pelos mandatos, o esquecimento das promessas, os combates estéreis, esse é o lado feio da política e da vida", afirmou. Por outro lado, "o lado bonito da política é sermos capazes de lutar por aquilo em que acreditamos", pelas "nossas convicções", acrescentou.
"E espero que, enquanto tiver força, seja capaz de lutar por aquilo em que acredito. Depois, onde lutamos depende da vida. Temos é de não mudar de ideias, a não ser aquilo que a evolução dos tempos força", frisou.
Do PSD diz não ter nostalgia. Mas nunca ninguém o ouvirá dizer mal das casas por onde passou "Gosto de honrar todos com quem partilhei combates, assegurou ainda no exterior do pavilhão alentejano onde decorrerá este sábado e domingo o congresso. Santana afirma estar virado para o futuro e para o combate pelas convicções, num "partido de gente encantada com as suas convicções".
A sala do Arena, decorada de tons azul claro como a cor da Aliança, está cheia no arranque dos trabalhos do congresso, onde irão ser eleitos os órgãos nacionais do partido: Gabinete de Auditoria, Comissão Jurisdicional, Senado Nacional, Direção Política Nacional e Mesa do Congresso e do Senado. E serão também aprovados os documentos fundadores do partido, entre os quais o programa e os estatutos.
Santana traz com ele um moção global de estratégia "Um país às diretas" em que é fortemente critico com o governo e na qual não dá o apoio ao Presidente da República, com o qual sempre prometeu ser "exigente".
Dos rostos que o acompanham muitos eram das bases do PSD, mas figuras nacionais são poucas. Entre as estão dois antigos deputados do PSD, Luís Cirilo e Carlos Pinto (antigo presidente da câmara da Covilhã) e Rosário Águas, que será a responsável pelo gabinete de estudos do partido. Ou ainda o embaixador Martins da Cruz.
E como se trata de um congresso fundador, os delegados apresentam-se um a um aos restantes participantes. E em várias levas, levantam-se e dizem o nome e o local que representam. Uma maneira também de provar que a Aliança já conseguiu ter representação em todo o país e até junto das comunidades emigrantes, para ser o "partido mais português de Portugal". Sendo que o PSD também sempre se reivindicou como tal.
"Das pessoas para as pessoas" é o lema do primeiro conclave do partido liderado por Santana Lopes.
Rosário Águas apresenta o programa do partido, em que a Aliança defende um Servo Nacional de Saúde "protetor" e não só "prestador". "As entidades privadas têm uma posição relevante e devem continuar e temos de acabar com o diferendo público/privado", disse.
A Aliança, disse, afirma-se contra a "frente de esquerda".
O congresso já aprovou por unanimidade o Programa, Declaração de Princípos, Estatutos e símbolo, que é a palavra Aliança em branco sob fundo azul claro.