Alemanha abre a sua primeira "autoestrada para bicicletas"
A Alemanha acaba de abrir o primeiro troço da sua "autoestrada para ciclistas". Esta ideia, que nasceu na Holanda e na Dinamarca, significa que se pode viajar de bicicleta sem partilhar a estrada com carros ou peões durante vários quilómetros - neste caso, a ciclovia vai ter mais de 100 quilómetros, juntando dez cidades e quatro universidades.
A Agence France Presse noticia que acaba de abrir o primeiro troço desta "Autobahn": tem apenas cinco quilómetros, mas já permite aos ciclistas experimentar a ciclovia, que tem sido louvada como uma alternativa à deslocação por automóvel e uma boa forma de aumentar a atividade física nas pessoas que trabalham em escritórios.
O porta-voz do grupo de desenvolvimento regional RVR, Martin Toennes, disse à Agence France Presse que mais de dois milhões de pessoas vivem a menos de dois quilómetros de distância desta autoestrada para bicicletas, e poderão usar parte dela nas suas deslocações diárias. Um estudo do RVR indica que, quando a estrada estiver concluída, poderá tirar das estradas até 50 mil carros todos os dias.
A estrada liga as cidades de Duisburg, Bochum e Hamm, e grande parte dela foi construída no trajeto dos carris de uma linha de comboio que foi desativada, na região industrial de Ruhr.
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Disputas sobre financiamento
Os 100 quilómetros de ciclovia vão custar cerca de 180 milhões de euros, financiados em parte pela União Europeia, em parte pelo grupo RVR, e também pelo governo local. O governo federal alemão não disponibiliza fundos para a construção de ciclovias.
"Sem apoio estatal, o projeto não teria hipótese de ser desenvolvido", disse Toennes à Agence France Presse. Habitualmente, as ciclovias alemãs são financiadas ao nível municipal, o que cria um entrave a grandes projetos como este.
O governo federal alemão costuma financiar a construção da infraestrutura para automóveis e transportes públicos, mas não disponibiliza fundos para as ciclovias, algo que a responsável de um projeto para construir uma "autoestrada de bicicletas" em Munique, Birgit Kastrup, considera injusto. "É preciso encontrar um novo conceito para poder financiar" projetos como estes, disse Kastrup.
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