Polícia detido por regar homem com gasolina já tinha sido condenado por agressão
O agente da PSP que está em prisão preventiva por ter regado um homem com gasolina é o mesmo que, em finais de 2018, foi condenado a seis meses de pena suspensa e ao pagamento de uma multa de mil euros por ofensa à integridade física de um jovem de origem angolana.
Depois de condenado, o agente foi colocado a fazer serviço administrativo, sem posse de arma.
A agressão, que envolveu outro agente e um subcomissário, remonta a março de 2017. O jovem de origem angolana foi acusado de injúria pelos três, que alegaram que ele lhes tinha chamado de "palhaços". Mas o Ministério Público concluiu que terá sido o oficial da PSP a provocar a vítima, perguntando-lhe porque estava a olhar para ele. O jovem negou, mas, de seguida, um agente uniformizado que estava como subcomissário "empurrou com força o ofendido contra a parede, fazendo que as costas do ofendido fossem projetadas contra a parede", enquanto o oficial "agarrou o ofendido pelo pescoço com a mão direita, apertando-o com força". Entretanto, era descrito na acusação, "vindo de trás dos seus colegas", o outro agente, "que trajava à civil, desferiu com o pé direito um pontapé que atingiu o ofendido Eugénio na zona do peito, causando-lhe dor".
Um destes agentes é um de dois homens que ficaram este sábado detidos preventivamente, por suspeitas de terem agredido "com violência" e "regado com gasolina" outro homem, na sexta-feira, na Amadora, com quem teriam negócios. Já foi decretada a "imediata suspensão preventiva do exercício de funções" do polícia e aberto um processo disciplinar, lê-se num comunicado da Direção Nacional da PSP.
O mesmo documento adianta que a "situação de desordem com agressões envolvendo quatro pessoas" ocorreu na sexta-feira, pelas 16:00, quando os dois suspeitos abordaram outros dois homens, "por motivos relacionados com negócios entre si".
Um dos homens foi "agredido com violência, por intermédio da força física, e regado com gasolina, aparentemente com o intuito de lhe provocar receio de consequências mais graves a que poderia ficar sujeito", indica a PSP.
Na nota, a PSP acrescenta que os suspeitos foram localizados pelas 20:00, tendo sido "formalmente detidos fora de flagrante delito" e que "até ao presente momento, a informação recolhida aponta para que esta ocorrência nada tenha a ver com o exercício das funções de polícia", esclarece a PSP.
Os dois suspeitos foram este sábado de manhã presentes a Tribunal, tendo sido decretada como medida de coação a prisão preventiva.