Agência europeia de saúde pede controlo mais rigoroso nas quintas de visons

Mais de 200 pessoas foram infetadas com mutações do Covid-19 associadas aos visons, entre as quais 12 com a variante Cluster 5
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A agência de saúde da União Europeia disse esta quinta-feira que os países deveriam intensificar os testes em quintas de visons, depois de uma variante potencialmente "problemática" de Covid-19 ter sido descoberta nesses animais na Dinamarca.

"Prevenir as infeções e levar a cabo medidas de controlo para trabalhadores e visitantes de quintas de visons" podem ajudar a impedir qualquer disseminação, juntamente com o aumento dos testes dos próprios animais, disse o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).

Os visons são um dos poucos animais conhecidos por serem vulneráveis ​​à infeção por coronavírus e também capazes de retransmiti-lo aos humanos.

O ECDC, no entanto, não fez nenhuma referência a potenciais abates preventivos. Um porta-voz da entidade disse à AFP que essa matéria está "fora da sua competência".

O maior país exportador global de pele de visons, a Dinamarca, ordenou na semana passada um abate em massa de mais de 15 milhões de animais após a descoberta de uma variante de Covid-19 potencialmente problemática.

No entanto, ​​​​​​Copenhaga teve que recuar depois de admitir que não havia base legal para levar a cabo essa ordem. O governo planeia apresentar uma lei no parlamento a proibir a criação de visons até 2022.

Os cientistas dizem que não é incomum que os vírus sofram mutação e que o processo raramente representa uma ameaça adicional. Porém, a variação conhecida como Cluster 5 descoberta nos visons pode ser menos suscetível a anticorpos humanos, de acordo com alguns estudos dinamarqueses.

"Se essas novas variantes do SARS-CoV-2, com menor suscetibilidade a anticorpos neutralizantes, se espalharem amplamente na população, isso pode afetar o nível de eficácia geral da vacina", disse o ECDC.

Ainda assim, a agência destacou que há "grande incerteza" sobre o nível real de perigo, considerando que "mais investigações são necessárias sobre a natureza dessas mutações".

Cluster 5 é uma das cinco mutações de coronavírus detetadas entre os visons, mas as outras não são consideradas problemáticas.

Até agora, 214 pessoas foram infetadas com mutações do vírus associadas aos visons, mas apenas 12 com a variante Cluster 5. Esses casos datam de setembro.

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