"Hoje falo com o povo da Venezuela e, especialmente, com os meus irmãos nas Forças Armadas da nação, para reconhecerem o presidente Juan Guaidó como o único presidente legítimo", disse o militar, num vídeo gravado na embaixada em Washington, com a bandeira venezuelana a compor o cenário..José Luís Silva disse à Reuters que outros funcionários consulares da Venezuela nos EUA - um em Houston e outro noutra cidade não identificada - também já se juntaram ao campo de Guaidó, o auto-proclamado presidente interino, líder da oposição a Maduro..Segundo o coronel, "as chefias militares e o governo estão a manter as Forças Armadas como como reféns". "Há muitos, muitos [militares] que estão infelizes", prosseguiu. "A minha mensagem para as Forças Armadas é: 'Não maltratem o povo'. Recebemos armas para defender a soberania de nossa nação, nunca nos treinaram para atacar o povo e defender o atual governo no poder.".Juan Guaidó saudou, no Twitter, a mensagem do coronel Silva, tentando encorajar outros militares a seguir-lhe o exemplo. Já o ministro da Defesa, leal a Maduro, chamou-lhe "cobarde" e "traidor"..Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Garrett Marquis, disse que o caso do coronel José Luís Silva demonstra como "o papel dos militares venezuelanos é proteger a ordem constitucional e não apoiar ditadores e reprimir o povo". "Isto encoraja outros a fazer o mesmo.".Guaidó confirmou que no sábado se encontrou com funcionários do Governo de Nicolás Maduro, para os tentar convencer da necessidade de eleições gerais..A presidência interina de Juan Guaidó já foi reconhecida pelos EUA, pelo Canadá, por Israel e por outros países. Muitos países latino-americanos também já o fizeram, como o Brasil, a Colômbia e a Argentina..O governo português dizia ontem que admitia reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, "com a incumbência de convocar as eleições", se o regime venezuelano não convocar eleições, "o mais tardar daqui a oito dias".