Acusado de ter ligações à Al-Qaeda, al-Marri garante que foi "torturado" nos EUA
Três anos após a sua libertação, Ali al-Marri revela que foi "torturado" em solo americano. Este árabe esteve preso durante 13 anos nos EUA, acusado de ter ligações à Al-Qaeda e de ter participado na preparação dos ataques do 11 de Setembro de 2001.
Foi libertado em 2015 e agora acusa o FBI de o torturar.
Ao canal de televisão ITV News, Ali al-Marri recorda os dias de tortura durante o encarceramento como os momento em que esteve mais próximo da morte. Na entrevista à estação inglesa, lembra as técnicas de tortura de que diz ter sido alvo pelos interrogadores. "Comecei a recitar o Alcorão e eles colocaram meias na minha boca e fita adesiva à volta da minha cabeça", contou. Disse ainda que ameaçaram trazer os filhos para a sala ao lado para que ele os pudesse ouvir a chorar.
De acordo com o The Guardian, Ali al-Marri pretende, com a ajuda do grupo de defesa britânico Cage, levar os interrogadores à justiça.
Ao jornal e ao canal de televisão inglês, o FBI alega, no entanto, que a agência "não se envolve em ações de tortura".
Durante a administração de George W. Bush, este árabe foi considerado "combatente inimigo" e acusado de ter contactos com Khalid Sheikh Mohammed, o cérebro dos ataques do 11 de Setembro de 2001. Condenado como terrorista, admitiu a culpa em algumas das acusações, mas diz agora que é inocente. Alega que, na altura, não teve alternativa, uma vez que era a única forma de escapar ao que estava a viver na prisão da Carolina do Sul, onde ficou encarcerado durante mais de uma década.
Ali al-Marri voltou a afirmar que viajou para os Estados Unidos em 2001 com o objetivo de fazer um mestrado.
"Todas as acusações de terrorismo são falsas, mas eu não tive escolha. Nunca fui um membro da Al-Qaeda", garantiu à ITV News.