Acordada emissão de dívida por parte da Comissão Europeia, Costa bate-se por uma "bazuca"
"Se tudo correr bem é uma bazuca. Já sabemos que não será uma fisga. Estamos a discutir se será uma pressão de ar ou uma bazuca". Foi assim, com alusão novamente a material bélico, que o primeiro-ministro português anunciou que o Conselho Europeu acordou que para o fundo de recuperação económica da UE, no pós-pandemia de covid-19, será feito através da emissão de dívida por parte da Comissão Europeia.
António Costa admitiu que se mantiveram divisões entre os países sobre o modo como os Estados serão financiados através dessa emissão de dívida. A maioria, disse, defendeu que devem ser financiados através de subvenções, alguns cm base em subvenções e empréstimos e quatro, em que não se inclui a Alemanha, apenas por empréstimos. Como a decisão terá de ser tomada por unanimidade é provável que a tarefa de entendimento seja complexa. O fundo deverá oscilar entre um bilião (um milhão de milhões) e 1,5 biliões de euros.
O Conselho Europeu ficou também mandatado para trabalhar a proposta da Comissão Europeia para o fundo de recuperação económica e o quadro plurianual do orçamento comunitário, que deverá ser apresentado até dia 6 de maio. Mas Costa admitiu, apesar de se manter otimista, que só para o verão será provável um acordo político entre os líderes europeus. Defendeu que o horizonte do acordo terá de ser para dois ou três anos para recuperação das economias europeias que o Banco Central Europeu estimou que tivessem no seu conjunto uma quebra de 15% do PIB da zona euro.
Não se quis comprometer com que solução poderá ser adotada, mas frisou que a "recuperação económica é essencial para todos os estados-membros" E que começará também com outra decisão de desconfinar as fronteiras externas e internas da UE, mas ainda sem data marcada. Tudo para que o turismo volte a animar a economia.
Os líderes europeus aprovaram também esta quinta-feira três linhas de crédito para os Estados responderem de imediato às despesas com a pandemia e para financiar as medidas de apoio as empresas e às famílias, nomeadamente o lay-off e que deverão estar disponíveis a 1 de junho.