A vez do delfim. Filho de Schumacher vai correr na F1
Agora é oficial. O filho do Kaiser (Michael Schumacher) vai correr na Fórmula 1. Mick Schumacher foi oficializado na quarta-feira pela Haas. O jovem piloto alemão será um dos pilotos da equipa americana na temporada 2021 ao lado do russo Nikita Mazepin.
"Olá pessoal, estou muito orgulhoso de anunciar oficialmente que correrei pela Haas na temporada 2021. Gostaria muito de agradecer a todos envolvidos, a Ferrari (e ao programa de jovens pilotos), Gene Haas, Gunther (Steiner). Obrigado a todos por me receberem na equipa. Estou muito ansioso pelo desafio do ano que vem. É algo que sempre sonhei e que agora virou realidade. Estou muito feliz e a explodir de emoção. Queria agradecer a todos pelas mensagens e pelo grande apoio", disse Mick aos fãs após assinar por "vários anos".
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Há pouco mais de um mês uma forte neblina impediu que se estreasse na F1 e realizasse os primeiros treinos livres para o GP de Eifel de Fórmula 1, no lugar de Antonio Giovinazzi na Alfa Romeo. A estreia ficou adiada, mas era claro para todos que o lugar de Mick era na F1.
O jovem alemão de 21 anos é o atual líder da Fórmula 2, pela equipe Prema (escola de jovens pilotos da Ferrari). Falava-se que podia ocupar uma vaga na Alfa Romeo em 2021 ao lado do finlandês Kimi Raikkonen, mas ele acabou por assinar pela Haas.
Mick já fez testes com carros de Fórmula 1 da Ferrari e da Alfa Romeo e participou em exibições com carros guiados pelo pai, como o Benetton B194 e o Ferrari F2004. Exibições que deixaram os amantes do Circo a salivar perante a possibilidade de um outro Schumacher dar sentido às corrida de F1 26 anos depois de Michael Schumacher dizer adeus às pistas.
Com o pai em estado vegetativo - real condição física e mental do heptacampeão é um dos segredos mais bem guardados a nível mundial - os fãs viram-se para Mick, o filho que se habituaram a ver ao lado do pai nas boxes, por entre treinos e corridas. As comparações serão inevitáveis. Assim como a pressão.
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Como muitos outros começou no karting, aos oito anos de idade. Para evitar ser reconhecido ou tratado de forma diferente começou a correr com o nome de solteira da mãe (Corinne). O anonimato ainda durou algum tempo, mas a acabou quando chegou à Formula 4 alemã em 2015 e acabou em segundo. Seguiu-se a Formula 3 e o primeiro título mundial (2018), conquistado no GP Macau, prova que o pai tinha vencido 28 anos antes.
Mick fez a F1 olhar para ele pela primeira vez. Falou-se numa aposta precoce por parte da Toro Rosso e foi convidado para sessões de treino e simulações na Ferrari e na McLaren, mas ele optou por correr na Fórmula 2, mas sem perder de vista objetivo de chegar à prova rainha do automobilismo.
As escuderías de F1 estão cada vez mais preenchidas de "herdeiros", onde os apelidos se embrenham com o talento. Ascari, Alesi, Villeneuve, Hill, Rosberg, Verstappen, Fittipaldi, Senna, Sainz e agora Schumacher.
Desses apenas cinco filhos de ex-campeões se conseguiram afirmar na prova rainha do automobilismo desde 1950: Keke e Nico Rosberg, Graham e Damon Hill, Nelson Piquet e Nelson Piquet Jr., Jack e David Brabham e Mario e Michael Andretti.
Apenas Damon e Nico repetiram os feitos dos pais ao se consagrarem campeões mundiais. Mick é o sexto filho de campeão a tentar fazer esquecer o pai, mas é também o que tem a tarefa mais difícil. Para isso superar o pai, o delfim Schumacher terá de alcançar, no mínimo, oito títulos mundiais e mais de 150 vitórias na Formula 1, entre uma infindável lista de recordes (Hamilton tem tentado superar) e sucessos.